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Pó dos Arquivos: Manuel José de Faria Romano

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Corria o ano de 1883, quando, a 3 de Setembro, Zeferino Maria Furtado de Mendonça, professor da escola de Alvarelhos, pediu à câmara para estar ausente do magistério, ficando a substitui-lo Manuel José Faria Romano. Foi concedida a licença, tão somente por trinta dias. Novo requerimento, apresentado em 19 de Novembro, mereceu idêntico despacho: “Deferido, deixando pessoa habilitada a reger a cadeira”.
Já a 30 de Julho desse ano, o professor efectivo Zeferino Maria Furtado de Mendonça, apresentara o pedido de aposentação em virtude de se achar “moral e fisicamente impossibilitado” de exercer o seu magistério. Sujeito a exame sanitário, a junta médica deu parecer favorável à sua aposentação. Mas foi, apenas, na sessão de 19 de Janeiro de 1885, que a Câmara Municipal de Santo Tirso aprovou a aposentação do professor Zeferino, com a pensão de sessenta e quatro mil reis, e nomeou professor interino da dita cadeira de Alvarelhos, Manuel José de Faria Romano.
Auto de juramento e posse:
“Aos dezanove dias do mês de Janeiro do ano de mil oitocentos e oitenta e cinco, na vila de Santo Tirso e secretaria da Câmara, onde se achava o presidente, José Joaquim Machado da Cunha Faria e Almeida, aí compareceu Manoel José de Faria Romano, nomeado em sessão de hoje para o lugar de professor interino da escola do sexo masculino da freguesia de Alvarelhos, e pelo presidente lhe foi deferido o Juramento dos Santos Evangelhos, encarregando-lhe ser fiel ao Rei, obediente à Carta Constitucional, Acto Adicional e mais leis do Reino, e de bem e fielmente desempenhar o lugar para que foi nomeado, e aceite por ele o mesmo juramento, assim o prometeu cumprir. E para constar, se lavrou o presente auto, que ambos vão assinar.”
C. M. de Santo Tirso, Livros de Actas, Sessão de 19 de Janeiro de 1885, Vol. n.º 16 (1883-1885)

Manoel José de Faria Romano nascera em Barcelos, a 7 de Fevereiro de 1856. Eis o assento do seu baptismo:
“Manoel, filho legítimo de Manoel José de Faria e sua mulher Antónia, do lugar de Vila, desta freguesia de São Miguel de Chorente, neto paterno de José de Faria e de Ana Maria, do mesmo lugar e freguesia, e materno de José Rodrigues e de sua mulher Rosa, da freguesia de Negreiros, nasceu aos sete dias do mês de Fevereiro de mil oitocentos e cinquenta e seis, e foi solenemente baptizado na Pia Baptismal desta Igreja, com imposição dos Santos Óleos, por mim, Lourenço José de Magalhães, Reitor dela, aos onze dias do dito mês e ano. E para constar fiz este assento, era ut supra.”
Paróquia de Chorente,
Baptismos, 006 (1829/1865) – fls. 51

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Em Alvarelhos, o professor conheceu a rapariga com quem veio a casar, no dia 8 de Maio de 1884:
Aos oito dias do mês de Maio do ano de mil oitocentos e oitenta e quatro, nesta igreja paroquial de Santa Maria de Alvarelhos, concelho de Santo Tirso, diocese do Porto, na minha presença compareceram os nubentes Manoel José de Faria Romano e Maria Dias dos Santos, com todos os papeis do estilo correntes e sem impedimento algum, canónico ou civil, para o casamento; ele da idade de vinte e oito anos, solteiro, professor público de instrução primária, natural da freguesia de Chorente, concelho de Barcelos, diocese de Braga, morador nesta de Alvarelhos, no lugar do Ribeiro; e ela da idade de dezassete anos e meio, com a competente autorização de seus pais, solteira, agricultora, natural desta freguesia de Alvarelhos e nela moradora no lugar da Giesta, os quais nubentes se receberam por marido e mulher, e os uni em Matrimónio, procedendo em todo este acto conforme o rito da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. E para constar lavrei em duplicado este assento que, depois de ser lido e conferido perante os cônjuges, pais da nubente e testemunhas, comigo o assinaram, menos a cônjuge e sua mãe, por não saberem escrever. Era ut supra. O Reitor, Manuel da Silva Moreira.

Também em Alvarelhos nasceram as suas filhas: a Anatilde (em 1886); a Maria (em 1889); a Prudência (1893); e a Venância.
Desta filha, que veio a casar com Américo Alves da Cruz, nasceu, em São Cristóvão do Muro, a Maria Fernanda, em 1944.
Livros Paroquiais de São Cristóvão do Muro, Ano de 1944. Baptizados, fls. 3v.
A Junta de Paróquia de Alvarelhos, eleita em 1886, era constituída pelos seguintes cidadãos: José de Moura Coutinho, José Alves Maia e Faustino Cândido d’Oliveira Maia.

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