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Edição 736

Morte trágica do Dr. António Maia (II)

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Atendendo ao pedido de vários leitores para continuar a acompanhar esta história, sobretudo para tentar explicar e trazer um pouco mais de clareza a um dos mistérios da história contemporânea, a crónica desta semana vai continuar a abordar este tema.
Na senda das dúvidas sobre o crime e o seu autor, a imprensa local de Vila do Conde irá explicar que os avanços do processo e da investigação se centrava, sobretudo, em perceber se o homicídio tinha resultado de um ataque violento ou se tinha sido um acidente, com a primeira teoria a ganhar cada vez mais força nos tribunais e a segunda a ser cada vez mais remota, colocando-se a hipótese que se o crime iria ser julgado com tribunal de jurados ou no habitual processo do coletivo de juízes.
Os atos de respeito pela vítima eram contínuos, com várias missas a serem celebradas em memória do falecido, mesmo depois de várias semanas terem passado daqueles acontecimentos nefastos.
As notícias iam desaparecer da imprensa até, praticamente, ao final de agosto de 1907, em que se anunciava que iria ocorrer o julgamento no dia 26 e que iria ser julgado em tribunal de júri, conforme tinha sido sugerido no passado, e eis que o julgamento iria ocorrer com especiais medidas de segurança, com a requisição de uma força policial para escoltar o preso até às instalações judiciais.
Seria um pouco como na atualidade, naqueles julgamentos mediáticos, em que se vê um mar de jornalistas, carrinhas celulares, elementos das forças policiais em tudo que é esquina e à paisana, em suma, as coisas mudaram pouco desde o passado até à atualidade…
A surpresa iria acontecer, anunciava o jornal “O Ave”, no dia 31 de agosto, que não se conseguiu fazer prova que o acusado tivesse cometido o crime, quer de forma involuntária como premeditação, acabando, portanto, por ser posto em liberdade e como escreve o repórter: “Mando em Paz”.
Depois de um ataque violento na imprensa, depois de ser uma bandeira para a justiça popular eis que o principal arguido é enviado para casa e assim o bougadense regressava a sua casa.
Um final de julgamento ao estilo de Hollywood, com pedradas a voar em direção ao antigo arguido, seis militares a escoltá-lo e para serenar a chuva de pedras são obrigados a disparar vários tiros para o ar, um verdadeiro faroeste em Vila do Conde, com muitos populares a tentarem fazer justiça pelas próprias mãos.

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