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Edição 722

Movimento “entrega” chave da freguesia ao padre Ramos

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O Movimento Contra o Aterro de Covelas considera que José Ramos, pela “voz incómoda” que foi contra a construção da estrutura, foi “o presidente da Junta” no lugar de Feliciano Castro. O autarca esteve presente no momento simbólico para mostrar apoio ao pároco, alvo de difamações, e dizer que, pedir aos manifestantes que retirem as tarjas de protesto, sob pena de “obrigado” a “mandar retirar”.

De chave ao peito e com dezenas de pessoas em vigília, mostrando solidariedade pelos ataques difamatórios de que tem sido alvo, em forma de cartas anónimas dirigidas ao bispo do Porto, o pároco de Covelas, José Ramos reiterou aquilo que pensa do processo relativo ao aterro de Covelas: “Vencemos uma batalha, mas não vencemos a guerra”.

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A chave, entregue pelo Movimento Contra o Aterro, foi-lhe entregue simbolicamente, porque, para os manifestantes, José Ramos foi “o presidente da junta de freguesia” durante o período de contestação sobre a vinda daquela estrutura para Covelas. “Não acha que o padre Ramos não fez o seu lugar?”, perguntou uma popular a Feliciano Castro, presidente da Junta de Freguesia, durante a vigília, que aconteceu na noite de sábado, 18 de julho. Domingos Faria, membro do Movimento, criticou a postura do autarca covelense, por se ter colocado “do lado da Câmara” nas reuniões que aconteceram na sede da Junta. “Aquelas reuniões serviram para nos desmotivar”, acrescentou o manifestante, referindo ainda que “quase podia jurar” que se o Movimento não existisse e a população “não levantasse a voz, o aterro estava garantido”. “Não somos salvadores da pátria, mas não acreditem que o presidente da Câmara passou para no nosso lado”, sublinhou Domingos Faria.

Presente na vigília, Feliciano Castro mostrou-se “ao lado do padre Ramos”, de quem não tem nada a dizer “contra”, e lamentou “as cartas anónimas que chegaram ao senhor bispo”, mas considerou que o sacerdote “expôs-se um bocado”.

O autarca aproveitou a ocasião e a presença do Movimento na vigília para pedir a retirada das tarjas de protesto contra o aterro. “A CCDR-N rejeitou a vinda do aterro para Covelas. Este é um ponto encerrado, por isso acho que não vale a pena continuar a fazer manifestações nem faz sentido as tarjas continuarem colocadas. Se não o fizerem, sou obrigado, como presidente de Junta, a mandar retirar”, postulou.

Opinião contrária têm os membros do Movimento e populares que se pronunciaram a favor da manutenção das tarjas. “Não acha mais educado tirar as faixas quando o presidente da Câmara nos vier pedir desculpa?”, atirou uma moradora, numa intervenção que mereceu aplausos dos presentes. Outra popular defendeu que as tarjas “não incomodam ninguém e devem permanecer”.

Domingos Faria rejeita a retirada das lonas, sublinhando que “num país democrático” o direito à liberdade de expressão não pode ser colocado em causa. “Deixa-as estar onde estão, porque tu és o presidente da Junta, não és o dono da freguesia”, respondeu o manifestante a Feliciano Castro.

Já Miguel Moreira, outro dos elementos do Movimento, opôs-se à retirada das mensagens de protesto, enquanto o presidente da Câmara Municipal, Sérgio Humberto, “não se apresentar em Covelas e disser que não vem nada para Covelas”. “Eu não tiro tarjas, eu meto tarjas, porque o presidente da Câmara disse-me, numa reunião antes da manifestação na Trofa, que se o aterro não vier para aqui, vai para ali, ali ou ali, mas vai para Covelas. Fez-me um desenho numa folha A4”, referiu, avisando que, no dia em que não se poderem colocar tarjas, “pintam-se paredes”.

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