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Memórias e Histórias das Trofa: Um passado de devoção

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Os tempos são duros, não são fáceis, todavia, serve de alento não ter sido um momento ou circunstâncias únicas na longa história da sociedade.
Não vai muito longe no tempo, pouco mais de cem anos apenas passaram em que uma última grande epidemia invadia as localidades e as famílias do nosso país, era silenciosa e matava após uma longa agonia. Refiro-me à Gripe Espanhola.

Foram tempos duros para a Trofa e para as freguesias que ia constituir o seu futuro concelho, algumas foram deixadas praticamente ao abandono, referência para S. Romão do Coronado em que o médico que tinha sido destacado para cumprir serviço naquela localidade acabaria por ser destacado para outras localidades e deixar desprotegido aquele importante ponto do concelho de Santo Tirso.

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Não deixava de ser irónico isto acontecer numa localidade que era bastante concorrida por gente de todos os cantos do país e inclusivamente do estrangeiro para procurar a sua cura para as várias maleitas do foro respiratório.

Inclusivamente, alguns acabariam por morrer por não conseguirem resistir àquela maleita, alguns mais famosos que outros, exemplo de Neno Vasco que é uma referência na história política e brasileira que iria terminar os seus dias aqui no Coronado.

Seria interessante, um dia, realizar uma investigação sobre os impactos profundos desta crise nesta vila do concelho, concretamente o nome e identidade das vítimas, com especial enfoque para os que eram de fora deste território, podendo esse estudo estender-se às outras freguesias do concelho para perceber o seu impacto na globalidade.

Acompanhar uma corrente historiográfica crescente, na exploração da memória destes tempos, para compreender as dinâmicas locais e se as mesmas correspondem ao habitual cenário que se passou em outras localidades.

Os momentos podem ser duros, com uma grande incerteza a pairar sobre o ar, desconhecendo o dia de amanhã, não se sabendo por vezes lidar com a constante informação que circula, com grande parte dela a apenas ajudar a piorar a saúde de muitos e a degradar a sociedade.

No passado, a população uniu-se e realizou procissões pelas ruas do Coronado na esperança ao Mártir S. Sebastião na expectativa de procurar ajuda e sobretudo um fim para todo aquele martírio que se arrastou por meses.

Neste momento, que deve ser de união, fraternidade e de proximidade com o seu próximo, encarando cada dia como uma batalha e sobretudo com uma missão, missão essa de apoiar e fazer com que os que estão próximos de nós estejam bem e sintam o nosso alento e esperança que o dia de amanhã será melhor que o de hoje e que juntos iremos vencer este enorme desafio.

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