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Edição 711

Sonda com trabalho de trofenses lançada para estudar o Sol

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A sonda Solar Orbiter partiu em direção ao Sol através de um lançamento feito da base do Cabo Canaveral (nos EUA) a bordo de um foguetão Atlas V. Nesta viagem, a sonda levou grandes objetivos como a caracterização dos polos do Sol. As empresas portuguesas Active Space Technologies, Critical Software e Deimos Engenharia participaram no desenvolvimento da sonda.

“Dezenas de testes e um número ainda maior de relatórios envolvendo equipas numerosas foram coordenados na perfeição, alcançando com sucesso um marco chave do projeto, a chamada ‘qualification and acceptance review’, a tempo de autorizar o lançamento do satélite na data prevista”, afirma num comunicado o natural de Santiago de Bougado, Nuno Silva, gestor sénior na Deimos Engenharia.

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“Além de nos dar mais conhecimento sobre o Sol e satisfazer a nossa curiosidade, a missão poderá servir para minimizar os impactos das tempestades solares. Afinal, a sonda vai observar ventos e erupções solares. As erupções solares podem ter impacto na Terra ao atingir sistemas eléctricos sensíveis, interromper comunicações por satélite e causar a falha de redes de energia”.

No comunicado exemplifica-se que, em 1989, uma erupção solar causou um apagão na rede elétrica do Canadá, o que deixou aproximadamente seis milhões de pessoas sem energia durante nove horas. A ESA estima mesmo que este tipo de acontecimentos possa levar a prejuízos de 20.600 milhões de euros na economia europeia em 2024.

Agora, uma missão que vai durar, pelo menos, sete anos vai passar a pente fino o Sol para nos ajudar a evitar esses problemas.

A sonda levou a bordo dez instrumentos científicos e um escudo térmico de 147 quilos. Três dos instrumentos científicos serão “janelas minúsculas” que observarão as mudanças da superfície do Sol ao longo do tempo.

As empresas portuguesas Active Space Technologies, Critical Software e Deimos Engenharia participaram no desenvolvimento da sonda, respectivamente no escudo térmico, nos sistemas de software e na estratégia de teste dos sistemas de voo.

Mas também o Frezite Group faz parte desta aventura no espaço. O satélite artificial de observação solar dedicado à física solar e heliosférica desenvolvida pela Agência Espacial Europeia em parceria com a NASA leva incorporada tecnologia produzida pelo grupo empresarial da Trofa.

Um projeto contou com o contributo da FHP no desenvolvimento dos isolamentos multicamada (MLIs) para os “thermal dummies”.

Nuno Silva é de Santiago de Bougado

Nuno Silva é da Trofa e é também responsável pela equipa que desenvolveu o veículo que procura vestígios de vida em Marte.

É natural da Maganha, Santiago de Bougado, mas o seu nome anda “nas bocas do Mundo”. Isto porque Nuno Silva é o responsável pela equipa que desenvolveu a navegação e o controlo de um veículo, que tem como missão investigar a geologia de Marte e procurar provas de que existiu ou existe vida neste planeta: o ExoMars Rover.

Este engenheiro é da Trofa, mas há muito que alargou fronteiras. Começou por viajar para Lisboa, em 1996, onde entrou no Curso de Engenharia Aeroespacial. Sempre apaixonado por grandes desafios, Nuno Silva aventurou-se no programa Erasmus e concluiu a licenciatura em Toulouse (França). “Sempre me interessei por ciência em geral, por ser o meio para responder às perguntas que todos nós temos. O gosto por esta área vem pelo facto de o conhecimento ser menor e em que os desafios são maiores. Ainda sabemos muito pouco sobre os planetas à nossa volta e ainda menos sobre o resto do universo. E sou engenheiro, não físico, sobretudo porque gosto de resolver problemas e em áreas que permitam uma concretização relativamente rápida e prática”, frisou em entrevista ao NT.

Seguiu-se um estágio de seis meses em Les Mureaux (perto de Paris), na atual EADS Astrim Space Transportation, onde teve como trabalho o melhoramento dos modelos de previsão da performance do foguetão “Ariane 5”, ou seja, incluir um modelo mais detalhado dos dois foguetes laterais (os chamados “Étage à Propulsion Solide”). No final do estágio foi convidado a ficar e assim o fez até 2007, altura que ficou concluído o “Automated Transfer Vehicle” (ATV).Trata-se, segundo Nuno Silva, do “veículo mais complexo que alguma vez foi desenvolvido na Europa” e a sua missão é “re-orbitar a estação espacial internacional, abastecendo-a de combustível, água e víveres para os astronautas”. Finda essa função (dura cerca de meio ano), transforma-se como “caixote do lixo” e “desintegra-se ao reentrar na atmosfera”. Este veículo tem 20 toneladas e é “o único no Mundo capaz de fazer um ‘rendez-vous’ (atracar) de forma completamente automática no espaço”.

Nuno Silva não está obcecado por viajar no espaço, apesar de não esconder o interesse em “conhecer novas realidades”. “É evidente que o espaço seria todo um novo mundo, mas ainda tenho muito para conhecer antes de precisar de mudar de planeta”.

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