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Edição 705

A “febre” do Pokemon ainda não passou

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“Apanhá-los todos”, assim como diz o slogan do jogo, é o objetivo de todos os “treinadores” que, assim que ativam a aplicação no telemóvel, vestem a pele do protagonista da série Ash Ketchum. O jogo Pokemon Go, inspirado nos desenhos animados que alimentaram o imaginário das crianças e jovens por todo o mundo, surgiu em 2016 e revelou-se um autêntico fenómeno que, apesar de bem distante dos holofotes que se viraram para ele nos primeiros tempos, ainda continua bem vivo.

A contribuir para o sucesso do Pokemon Go – jogo de telemóvel de realidade aumentada, em que, através do GPS e da câmara fotográfica, é possível “apanhar” Pokemon em cenários reais – está um grupo de jogadores do concelho da Trofa, que, diariamente, organiza encontros em grupo para capturar os exemplares mais fortes e lendários.

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No princípio, reuniam-se, essencialmente, no Monte de S. Gens, que tinha a particularidade de reunir, numa área restrita, inúmeras Pokestops – postos onde se recolhiam pokebolas e outros items – e ginásios – locais onde se realizam as “raids” (batalhas de grupo) e é possível angariar “moedas” para comprar ferramentas e equipamentos.

Atualmente, estes encontros são mais dispersos e, apesar de frequentes, acabam por passar, na maior parte das vezes, despercebidos, uma vez que os jogadores optam por realizar as “raids” dentro dos automóveis. Mas a olhares mais atentos são percecionados em locais como junto dos restaurantes Braguinhas e Melhores Kebabs do Mundo, nos soutos da Lagoa e de Bairros, no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro e junto ao Poço de Valdeirigo ou do polo de S. Martinho da Junta de Freguesia, em Bougado.

E desengane-se quem apoia a premissa de que “só quem não tem nada para fazer” é que joga Pokemon Go. Nelson Moreira é um dos jogadores mais antigos e fortes do concelho da Trofa. À paixão por apanhar Pokemon – que partilha com a esposa Andreia Torres -, concilia dois empregos. E no lote de jogadores, entre crianças e adultos, maridos e esposas, pais e filhos, tios e sobrinhos ou simplesmente amigos, há profissões para todos os graus de habilitação: empresários, advogados, jornalistas, enfermeiros, padeiros, estudantes, operadores de armazém, etc.

Certo dia, no “ginásio” junto ao campo de futebol do Atlético Clube Bougadense, parou um homem na “casa” dos 40 anos, de fato e gravata, que confessou estar ali “de passagem”, por questões profissionais, e que residia em Gondomar, onde também existe um grupo assinalável de jogadores. “O meu filho influenciou-me e eu apanhei-lhe o gosto”, referiu.

É difícil contabilizar quantos jogadores ativos (que jogam todos os dias) existem no concelho da Trofa, mas segundo Carlos Faria, elemento bastante envolvido na “comunidade” Pokemon, arrisca dizer que são cerca de meia centena.

Jogadores promovem evento solidário a 14 de dezembro

À semelhança do que já aconteceu em 2016, a comunidade de Pokemon Go na Trofa decidiu associar o gosto pelo jogo a uma ação solidária. A 14 de dezembro, das 9 às 17 horas, decorre, no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, o evento “Pokemon Trofa Solidária”.

Em troca de um donativo alimentar para os animais apoiados pela AUAUA (Associação Um Animal Um Amigo), a organização oferece “lures” – “items” que atraem Pokémon, “meltan box” (caixa especial para “apanhar” o pokemon raro Meltan) e outros prémios, associados a “lutas” entre treinadores, caçadas especiais e sorteio de rifas.

O evento é aberto a todos os jogadores, mas para quem quiser aceder à “Meltan Box” deve inscrever-se através do site www.eventospoketrofa.pt.
São esperados jogadores de toda a região.

Jogo promove atividade física e dá a conhecer marcos de referência

Além de fazer com que os “treinadores” tenham de caminhar para encontrar Pokemon e “chocar” ovos (de onde nascem os “monstrinhos”), o jogo faz com que se conheça um pouco mais do património e história dos territórios, uma vez que as Pokestops – locais onde se pode ir buscar as Pokebolas para apanhar os monstrinhos virtuais – estão localizadas em marcos de referência. As igrejas, os lavadouros, os marcos, as estátuas, a estação de comboios e até o Estádio do Trofense são exemplos.

Como jogar?

Para jogar Pokemon Go, é necessário ter um sistema Android 4.4 ou superior ou IOS 8.0 ou superior. Após o download da aplicação, o GPS e a internet têm de estar ligados. Ligada a aplicação, o jogador escolhe o avatar (figura que personifica o treinador) e é-lhe dado a escolher um de três Pokemon. Depois, é só começar a caminhar e, através da bússola procurar mais Pokemon. As Pokestops – pontos azuis identificados no mapa – permitem colecionar Pokebolas (necessárias para caçar) e outros items. Ao atingir o nível 4, o jogador já poderá combater em ginásios.

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