Ano 2008
“Trofa poderá mostrar ao país como se trabalha bem nas cozinhas das escolas”
A poucos dias do início do novo ano escolar, a Federação das Associações de Pais da Trofa, promoveu, na passada sexta-feira, um jantar-convívio para todas as cozinheiras e auxiliares de cozinha dos jardins-de-infância (JI) e escolas do primeiro ciclo do concelho.
O restaurante “O Brisas”, no Parque de Avioso, na Maia, foi o local escolhido pela Federação para juntar as profissionais que todos os dias alimentam as crianças da Trofa. Habituadas a estar do outro lado da cozinha, dezenas de mulheres sentaram-se à mesa numa iniciativa inédita promovida pela FAPTROFA.
Adriano Vasconcelos, presidente da FAPTROFA, explicou, em entrevista ao NT/TrofaTv, que esta primeira iniciativa do género dedicada às cozinheiras das escolas serviu de “prémio” por todo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos lectivos. “Nunca tínhamos dado às cozinheiras do nosso concelho um prémio como este jantar, mas este ano decidimos presenteá-las, para que elas sintam que nós, associações de pais, lhe estamos gratos por aquilo que elas fazem pelos nossos filhos. Todos os dias são elas que servem os nossos filhos, fazem com que eles comam do melhor e que estejam bem alimentados. São elas que os acompanham e que lhes dão o apoio que os pais não podem dar porque não estão com eles na hora de almoço”.
Por todo o concelho existem 26 cozinheiras e 17 auxiliares de cozinha nos JI e escolas do primeiro ciclo, que todos os dias não dispensam também o apoio “de algumas senhoras que dão horas para ajudar principalmente à refeição, com as crianças do JI que necessitam de mais pessoas para as ajudar a almoçar”, referiu o responsável.
Este ano lectivo haverá alterações na gestão das cozinhas das escolas, mas serão “muito poucas”. Adriano Vasconcelos afirmou que “já o ano passado as coisas funcionaram muito bem e este ano vamos com o objectivo de continuar a melhorar mais um pouco”. Para isso contam com o apoio da nutricionista da Câmara Municipal “que ajuda todos os dias a escolher uma ementa equilibrada para os meninos” e de elementos das associações de pais “que, esporadicamente, almoçam nas escolas com os alunos para analisarem como as coisas vão correndo”.
Sem esquecer de referir o apoio da autarquia no sector da educação, Adriano Vasconcelos frisou que a Trofa é, neste momento, um exemplo para o país: “A Câmara tem feito um excelente trabalho a nível da educação, acho que deveremos continuar assim e apelo aos nossos autarcas que continuem a apoiar-nos, porque nós pais temos todo o interesse em que as coisas continuem a funcionar assim, ou melhor ainda, se possível. Penso que o concelho da Trofa é um concelho que poderá mostrar ao nosso país como se trabalha bem nas cozinhas das nossas escolas”, referiu.
Para além do jantar, as 26 cozinheiras e 17 auxiliares de cozinha receberam as fardas para o novo ano lectivo e ainda os diplomas referentes à conclusão dos cursos de formação de higiene e segurança no trabalho.
Estão programados mais dois cursos de formação para o próximo ano lectivo, porque segundo o presidente da FAPTROFA, são processos “extremamente importantes para que estas profissionais façam cada vez mais e melhor o seu trabalho”.
A FAPTROFA aproveitou a ocasião também para entregar uma lembrança aos antigos presidentes da federação.
Duas décadas a cozinhar para crianças
Há mais de 20 anos a cozinhar para crianças, Lucinda Azevedo, cozinheira na escola EB 1 do Paranho, explicou a dificuldade de alimentar os mais pequenos e sublinhou a importância do apoio dos encarregados de educação.
“É muito difícil alimentá-las, porque não estão habituadas a comer de tudo. Temos muito trabalho para ensiná-las a comer, mas sem a colaboração dos pais nós não conseguimos nada. Pedimos-lhes opiniões e muita ajuda, porque não é só na escola que se aprende, de casa também tem que sair algum ensinamento.
Segundo a cozinheira, as alterações levadas a cabo pela autarquia e associação de pais têm contribuído para o melhoramento das condições de trabalho “a cada ano que passa” e apesar de considerar que faltam mudar “pequenas coisas”, Lucinda acredita que os autarcas “vão continuar a ajudar, assim como as associações de pais e a FAPTROFA”.
Cátia Veloso
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