Ano 2008
“A Trofa vai deixar de ser lugar de passagem”
Os quase dez anos de existência do concelho da Trofa confundem-se com outros tantos em que Bernardino Vasconcelos está "à frente" dos destinos da população das oito freguesias que fazem parte de um dos mais jovens municípios do país. Três anos de mandato e apenas a um de novas eleições o social-democrata Bernardino Vasconcelos quer recandidatar-se à presidência da Câmara Municipal. Em jeito de balanço o edil falou das obras e projectos que marcam o actual mandato, como a apresentação do Plano Director Municipal e a construção dos Paços do concelho.
O Noticias da Trofa (NT) – Qual o balanço destes três anos de mandato?
Bernardino Vasconcelos (BV) – "Faço um balanço muito positivos destes três anos de mandato durante os quais eu e a minha equipa, demos continuidade a um conjunto de investimentos programados como por exemplo a requalificação da rede viária a recuperação e regeneração de alguma parte de zonas urbanas. Continuamos a fazer um investimento muito grande nas escolas, construímos as piscinas municipais, que já estão em funcionamento. Estamos ainda a desenvolver o Plano Director Municipal que está quase terminado e acabamos de publicar a nova zona empresarial da Trofa. Mas conseguimos também que o Governo faça uma série de investimentos como a Variante à Linha do Minho, a construção do Metro até à Trofa, e a construção variantes também está assegurada.
NT- Qual o ponto de situação relativamente ao Plano Director Municipal?
BV- Daqui a um curto espaço de tempo será posto em discussão o Plano Director Municipal (PDM), se o gabinete responsável pela sua execução não faltar ao seu compromisso.
Acabamos de publicar o Plano de Pormenor da futura zona empresarial, a nossa área de localização empresarial da Trofa (ALET), para a qual só nos falta o licenciamento do Ministério da Economia.
Com o Plano Director Municipal pretendemos que o chamado miolo da Trofa, onde se localizam várias empresas misturadas com a zona habitacional, se possa deslocalizar para uma área mais atractiva, com vias de comunicação rápidas e com acessibilidades junto dessa mesma zona retirando do centro da Trofa essa afluência de veículos pesados e permitindo que se possa começar a desenvolver a cidade e o concelho sob o ponto de vista urbano, com mais qualidade.
A nossa intenção é que através da implementação do novo PDM o espaço urbano seja exclusivamente para habitação, serviços, e espaços verdes, fazendo com que a cidade se desenvolva voltada para o Rio Ave, aproveitando esta amenidade e as potencialidades da zona ribeirinha onde estão a ser feitos investimentos para o despoluir.
NT- A autarquia tem em desenvolvimento um Parque de lazer junto ao Rio Ave. Quando será dado a conhecer aos trofenses?
BV – O Parque das Azenhas vai ser apresentado a curto prazo para que as pessoas possam perceber o que vai ser esta cidade assim que o projecto estiver concretizado. Queremos ser uma cidade e um concelho, não para residir, mas para viver, isto é usufruir de todos os serviços e espaços que temos à disposição dos munícipes e de quem nos visita. Residir por residir à Trofa não interessa. Não quero que sejamos mais uma comunidade periférica dos grandes centros onde as pessoas apenas residem e não vivem a sua terra e não desfrutem dos equipamentos.
NT- A Área Social foi uma das eleitas pelo seu executivo para este mandato. Foi uma aposta ganha?
BV – Sem dúvida. Vamos continuar a apostar na área social como uma prioridade pois para o executivo que eu lidero as pessoas estão em primeiro lugar. O primeiro prémio de boas práticas dos serviços de administração pública com a Brigada Pró-família são exemplo do reconhecimento, a nível nacional, que tem sido feito à política social que temos vindo a desenvolver.
Nestes anos temos feito um desenvolvimento sustentado do concelho, virámo-nos para as pessoas e sobretudo para os idosos, as crianças e para os mais desfavorecidos através da atribuição de fogos habitacionais a custos controlados e apoios a vários níveis.
NT – Quando vai auscultar a população para saber qual a localização desejada para a construção dos Paços do Concelho?
BV – A maquete está pronta e vai ser posta à apreciação das pessoas para que entres as três propostas que já são conhecidas, a saber, Junto à Estação da CP, nos terrenos da antiga Feruni e os terrenos do Bairro da Capela e uma pequena parte dos terrenos do Parque, escolham aquela que lhes parece ser a melhor opção.
São falsos os rumores de que o presidente da Câmara iria deitar a capela da senhora das dores abaixo. Isto é mentira, não cabe na cabeça de ninguém fazer isso, mas deu azo a que as pessoas pusessem a sua imaginação a trabalhar.
Gosto de ouvir as pessoas e sempre fui assim, as pessoas mais simples que dão opiniões simples. Quando as ouço não as cloco na prateleira, muitas vezes sigo-as e dão bons resultados.
NT: Que outras áreas tem sido privilegiadas pelo seu executivo?
BV- A área do emprego tem sido outra aposta. Implementamos no concelho o sistema de microcrédito para que os desempregados tenham, assim oportunidade de criar o seu próprio emprego.
Outra das valências que estamos a criar no concelho é a DNA Trofa que prevê apoiar as ideias e projectos inovadores de jovens a quem falta capital para financiar os investimentos.
NT – Tem orgulho de presidir a um concelho empreendedor e inovador como a Trofa?
BV- Em relação à Trofa, muita gente, como empresários, universitários, jovens atletas, trabalhadores, gente das artes da cultura têm levado o nome da Trofa bem longe.
Neste momento penso que o facto de o o CD Trofense ter subido à primeira liga, tem um efeito marketing muito maior a nível nacional, pois é falado todas as semanas. O Trofense vai ser um embaixador da Trofa de primeira linha, mas o nome da Trofa sempre foi levado mais longe por outras pessoas. O trofense está a fazer obras de vulto neste momento, são obras que custam muito dinheiro e a Câmara tem de apoiar pois é um equipamento para o concelho. O estádio do Trofense depois das obras concluídas vai contribuir para que aquele lugar fique "catita".
NT – A partilha de território como concelho de Santo Tirso já está concluída?
BV – O Instituto Geográfico Português já fez a delimitação do território. Embora discordando, aguardamos uma decisão da Assembleia da República. Nós revindicávamos a zona industrial de Fontiscos e Santo Tirso, por seu lado reivindica uma parte de Ervosa. Assim ficamos delimitados com a saída da A3, junto à rotunda e abrimos mão da zona industrial.
O senhor presidente da Câmara de Santo Tirso quer mais, mas não vai ter de certeza absoluta, é uma posição que eu compreendo, para dar consolo ás pessoas que o criticam pela forma como conduziram esta parte que é o concelho da Trofa e que aqui nada fizeram. Muitas receitas nossas foram para Santo Tirso e não houve o reverso da medalha em investimentos.
NT- Vai recandidatar-se à presidencia da Camara Municipal nas autarquicas de 2009?
BV- Eu não vou esconder que gostaria, acho que ao longo destes anos adquiri os conhecimentos de várias matérias que me dão capacidade para continuar no cargo. Gerir um concelho é uma coisa complexa e que não se aprende estando fora do executivo, estar por dentro de todos os projectos é muito diferente do que pega-los pela primeira vez.
Ocupo este lugar porque gosto imenso e porque penso que posso fazer alguma coisa pelo meu concelho. Gostaria de ver no terreno o metro, as variantes, a ligação com o parque Dr. Lima Carneiro. Gostava de presidir esta Câmara nos próximos anos. Em 2001 disse que nos próximos dez anos vamos ter uma Trofa diferente e quem tem o conhecimento e vai conquistando as coisas gostaria de as ver no terreno e dar o seu contributo para a ver. Eu penso em candidatar-me, é a predisposição do partido, a decisão definitiva ainda não foi tomada mas acho que devo terminar um trabalho do qual tenho conhecimento e que comecei.
NT – Vai fazer algumas alteração à equipa que compõe o seu executivo?
BV- Não tenho nenhuma critica a fazer à minha equipa e não vejo razões para a alterar, poderá haver uma ou outra modificação, mas sobre essa matéria ainda não tomei nenhuma decisão.
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