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Ano 2008

Contrastes Olímpicos

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Já lá vão quase duas semanas desde o início dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e os portugueses continuam em sofrimento à espera das medalhas que teimam em não aparecer.

  teresa-fernandes.jpgE, finalmente no dia 18, a conquista da medalha de prata de Vanessa Fernandes, no triatlo veio apaziguar um pouco esse sofrimento e gosto de fracasso que persiste desde a eliminação de Portugal no Euro 2008.

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Portugal nunca foi uma "potência olímpica" mas, existe sempre uma esperança legítima em conquistar medalhas, de preferência de ouro.

Embora a ambição seja sempre a conquista de uma medalha, a verdade é que a concorrência é enorme e nem todos podem chegar ao pódio.

Os portugueses sabemm isso, mas não podem compreender as desculpas "esfarrapadas" que alguns atletas têm dado para justificar o desaire na competição.

Senão vejamos.

Marco Fortes, atleta do lançamento do peso, depois de falhar a qualificação disse: "Lançar de manhã é complicado", "Cheguei à conclusão que de manhã só estou bem na caminha. Lançar a esta hora foi muito complicado."

Vânia Silva, que se classificou em 46ª na prova de lançamento de martelo, justificou-se dizendo que " A única explicação é que, infelizmente, não sou muito dada a este tipo de competições."

Jéssica Augusto, após ter sido eliminada na prova de 3 000 obstáculos, anunciou que iria de férias e já não iria participar na corrida dos 5 000 metros porque: "Não vale a pena, dada a forte concorrência africana."

Isto até dava para rir, não fosse tão grave!

Mas afinal foram passear ou representar com orgulho e espírito de sacrifício um país e as aspirações de um povo?

Esqueceram estes atletas que estavam lá à custa de todos os contribuintes portugueses e que com eles estavam também a esperança de 10 milhões.

Foram de facto declarações no mínimo infelizes, que despontaram indignação em muitos portugueses e que levaram a que o presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, afirma-se na passada segunda feira: "Todos temos de ter educação, olhar para a bandeira e saber que temos o povo português todo atrás de nós. Não podemos esquecer isso e não podemos defraudá-lo" e concluiu exigindo dos atletas " profissionalismo e brio para prestigiar Portugal." e que culminou agora com a sua demissão do Comité Olímpico.

Também Vanessa Fernandes se mostrou desagradada com a postura de alguns atletas e afirmou que: "A alta competição não é brincadeira nenhuma. Não é fazer meia dúzia de provas, andar a receber uma bolsa e está feito. Muitos não vêem bem a realidade das coisas. Não têm a noção do que isto significa. Se calhar por termos facilidades a mais."

Postura contrária teve Francis Obikwelu que por falhar o apuramento para a final dos 100 metros, pediu desculpa aos portugueses e anunciou o abandono da carreira, demonstrando assim um profundo respeito pelos portugueses e pelo país que representa.

Espero contudo, que Obikwelu reconsidere e que volte a representar Portugal, pois são pessoas assim: humildes, simples, puras, responsáveis que dignificam o nosso país, tal como Vanessa Fernandes que demonstrou ser uma verdadeira atleta com espírito de sacrifício e capaz de dar o seu melhor para honrar as cores da bandeira que orgulhosamente representa.

Mais do que a gravidade das declarações proferidas por alguns atletas, esta a imagem que transmitiram aos nossos jovens de falta de ambição e profissionalismo.

Para se ser um verdadeiro atleta, um verdadeiro ser humano, um verdadeiro vencedor na vida é necessário ambição, dedicação, trabalho, empenho, sacrifício e sobretudo muito respeito por todos.

Nem todos podemos ser os melhores, mas todos temos obrigação de dar o nosso melhor.

 

Teresa Fernandes

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