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António Costa e a narrativa dramática

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O monarca do reino socialista decidiu colocar em prática todos os seus conhecimentos da arte de bem cavalgar e cavalgou destemidamente sobre todas as ondas parlamentares, que se desfizeram na praia da hipocrisia e da mentira. António Costa conseguiu sair da narrativa socrática, que utilizou nestes quatro anos de governação, para implementar a narrativa dramática, ao seu melhor estilo artístico e matreiro.

Este “artista” da cena política portuguesa, como sente que o seu partido está a perder eleitorado em cada dia que passa e como há eleições europeias à porta decidiu fazer um golpe de teatro, com a questão dos professores, e criou uma confusão na política doméstica fabricando um caso político de vitimização para enganar os portugueses. Foi um número artístico de puro ilusionismo, para esconder as debilidades da “geringonça” e abafar outros casos bem graves.

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Com a sua longa vivência no mundo da política, que já vem da adolescência, Costa conseguiu ludibriar tudo e todos, ao conseguir que se falasse apenas da questão dos professores, quando se falou demais do seu golpe de teatro afirmando que se demitia de primeiro ministro, porque lhe dava muito jeito para encenar a sua tática partidária. Mas ninguém falou da incapacidade governamental em negociar o congelamento das carreiras dos professores, muito menos se falou, nem se fala, das 116 pessoas que morreram nos incêndios no nosso país.

Com as suas matreirices habituais, Costa passou ao lado do gravíssimo problema dos incêndios, assim como já pouco se fala ele ter sido o número 2 do governo que levou o nosso país à bancarrota, o governo de José Sócrates. Foi este malfadado governo socrático, que congelou a carreira dos professores há mais de nove anos (9A 4M 2D – nove anos, quatro meses e dois dias) e que originou toda esta situação política.

A matreirice, a “habilidade saloia” e a hipocrisia de Costa são tão grandes que levou o seu partido, em dezembro de 2017, a votar na Assembleia da República a favor da contagem total do tempo de carreira dos professores. Já recentemente, a Assembleia da Republica aprovou, com os votos favoráveis do PS, PSD e CDS-PP, a recuperação de um pouco mais de dois anos (2A 4M 18D – dois anos, quatro meses e dezoito dias) em que a carreira dos professores foi alvo de congelamento.

A estratégia de trocadilhos na comunicação, em que Costa é especialista, para além de fabricar casos políticos de vitimização, também consegue esconder ou abafar casos bem graves que se passam na governação do nosso país. Há pessoas doentes, em hospitais públicos, que morrem por não terem sido feitos exames, em virtude de não haver dinheiro, mas também a pouco tempo do aumento do nível de perigo dos fogos, os satélites de comunicações podem ser desligados por falta de pagamento do governo. Mas Costa não fala destes casos, nem de muitos outros, também graves, que afetam a vida dos portugueses.

moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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