Crónicas e opinião
Memórias e Histórias da Trofa: História do Clube Desportivo Trofense
A crónica desta semana será um pouco diferente do habitual atendendo a que no próximo dia 8 de março, pelas 21 horas, no Malte Taberna, irá ser lançada a obra mais recente escrita por mim sobre a história da Trofa.
Um projeto que estava há vários anos perdido numa gaveta, após uma grande e criteriosa investigação histórica irá ver a luz do dia nas próximas horas, contribuindo para a criação de uma memória coletiva, importante marco para a história desta nossa coletividade.
O futebol na Trofa iniciou a sua prática nos primeiros anos do século XX, não somente em S. Martinho, como também em S. Mamede e S. Romão, importantes polos de desenvolvimento económico.
Impossível ignorar que o desenvolvimento da prática desportiva deu-se na mesma fase em que o setor secundário crescia de forma exponencial e a localidade entrava no caminho do progresso para nunca mais o abandonar.
A pequena burguesia, que gozava ter mais umas moedas no bolso, ia desenvolvendo a sua atividade recreativa e surgia no panorama desportivo da cidade o Sporting Clube da Trofa que mais não é a fonte de onde brotou o Clube Desportivo Trofense.
O Sporting Clube da Trofa, nos anos 20, ia dando os primeiros passos, mas claramente via a sua evolução condicionada pela falta de estatutos, instalações condignas – a sede era na casa de um dos seus elementos – e todos estes fatores impediam a sua afirmação.
Procurando “dar um ar mais sério” ao projeto desportivo, após pressões da comunicação social que percebia que aquele projeto não podia continuar e evoluir se mantivesse aquelas diretivas, o clube mudaria de nome para Clube Desportivo Trofense ainda antes de 1930.
O ano de 1930 foi apenas o último passo para a consolidação do projeto desportivo que foi a aceitação na Associação de Futebol do Porto, como se fizesse sentido considerar aquele momento como ato de fundação, quando na realidade aquele é apenas o último passo de todo aquele processo.
Instalações desportivas inauguradas em outubro do ano referido no parágrafo anterior, o Campo do Catulo era uma certeza após meses de luta contra a falta de tempo e, sobretudo, de dinheiro, um investimento desmedido que iria trazer graves problemas à sustentabilidade da coletividade a curto prazo.
Iria ser rei e senhor do campeonato concelhio de Santo Tirso entre 1930 e 1935, esteve a um passo de subir ao principal escalão, teve um treinador notável que era reconhecido pela família nacional do futebol, pagaria aos seus jogadores ordenados acima da média e sobretudo raros para aqueles tempos. Uma história rica que será possível a sua partilha na próxima sexta-feira, contando com a vossa presença para tornar ainda mais especial aquela noite.
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