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Edição 680

“Gosto de pensar no edifício dos Paços do Concelho como uma igreja medieval paradoxalmente aberta ao espaço público”

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José Carlos Nunes Oliveira é trofense e foi o escolhido para arquitetar o edifício dos Paços do Concelho. Em entrevista ao NT, o arquiteto revelou algumas das especificidades do projeto e os desafios que tem pela frente para conceber a obra mais importante em 20 anos de concelho.

O Notícias da Trofa (NT): Ficou surpreendido com o convite da Câmara Municipal para elaborar o projeto?
José Carlos Oliveira (JCO): Absolutamente. Nada na minha rotina ou nas relações que estabeleço diariamente o fazia prever.

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NT: Durante a apresentação do projeto, referiu que ao longo dos anos foi comunicando aos executivos camarários a ideia que defendia sobre a importância de a Trofa ter edifícios que fossem capazes de despertar interesse turístico. Foi nessa linha que pensou o edifício dos Paços do Concelho?
JCO: Não foi exatamente o que revelei publicamente e jamais me coloquei a mim ou às minhas obras em tal condição de imodéstia. Não há qualquer presunção a atração turística de um projeto de arquitetura. Permita-me que explique sem eufemismos, nem compaixão o que eu quis dizer. O que eu disse foi que a Trofa não integra qualquer roteiro de relevância arquitetónica. Como não desperta especial interesse turístico ou paisagístico, senão o interesse fenomenológico do seu urbanismo. Ou, como sabemos, o escárnio dos forasteiros sobre as suas singularidades urbanas. Neste sentido, defendi que convidar uma personalidade de reconhecido mérito da arquitetura, para a elaboração de um plano, de uma intervenção urbana ou de uma realização arquitetónica estruturante, poderia ser altamente pedagógico, inspirador e poderia produzir efeitos benéficos por contágio. Naturalmente, a intervenção de um ícone desperta a atenção e a curiosidade das massas, dos meios de comunicação e dos aficionados de um determinado fenómeno. Este é o efeito Guggenheim em Bilbao, Vila Olímpica de Barcelona, Chiado em Lisboa, Casa da Música no Porto, Távora em Guimarães e abstenho-me de enunciar outros bons programas ou escolhas estratégicas nos municípios vizinhos.
Por fim, o efeito turístico da arquitetura não é uma preposição, mas um efeito que pode ocorrer. Tem caráter totalmente aleatório ou imprevisível, mas com interesse cultural, económico e social.

Leia mais na edição papel nº680 do Jornal O Noticias da Trofa  

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