Edição 678
Crónica: Olhar o Cinema Nacional
Caros Leitores,
Após uma rentrée rica em estreias em sala de filmes portugueses, ou em coprodução, e depois de um prelúdio de Outono atípico, ao qual nos vamos habituando, o mês de Novembro parece trazer uma ansiada normalidade. Promete ser um mês rico em produções arrojadas, algumas premiadas e reconhecidas internacionalmente, numa altura em que o cinema português versa nos lugares de maior relevo em alguns dos mais importantes festivais. Deixo-vos, assim, com várias propostas para puderem preencher, da melhor forma, o tempo livre que Novembro reservar.
A 1 de Novembro, estreia RAIVA do realizador Sérgio Tréfaut, uma adaptação de “Seara de Vento”, de Manuel da Fonseca, um clássico da literatura portuguesa do século XX. Sérgio Tréfaut tem já um longo caminho percorrido, marcado por filmes como TREBLINKA (2016), VIAGEM A PORTUGAL (2011) e ALENTEJO, ALENTEJO (2014). Ficamos com uma breve sinopse: “Alentejo, 1950. Nos campos desertos do sul de Portugal, fustigados pelo vento e pela fome, a violência explode, subitamente. Vários assassinatos a sangue frio têm lugar numa só noite. Porquê? Qual a origem dos crimes?” (Fonte: faux.pt)
No mesmo dia, estreia DJON ÁFRICA, de Filipa Reis e João Miller Guerra, reconhecidos por trabalhos como FORA DA VIDA (2015), CAMA DE GATO (2012) e NADA FAZI (2011). É um filme de coprodução entre duas produtores portuguesas e acompanha a vida de Miguel Moreira, também conhecido como Djon África, que acaba de descobrir que a genética é madrasta e que a sua fisionomia – bem como alguns traços fortes da sua personalidade – o denunciam, ao primeiro olhar, como filho do seu pai, alguém que nunca conheceu. Essa descoberta intrigante leva-o a tentar saber quem é esse homem. (Fonte: umapedranosapato.com)
A 8 de Novembro, estreia CARGA a primeira longa metragem de Bruno Gascon, após um trajeto pautado por trabalhos na curta metragem, tais como BOY (2014) e EMPTINESS (2015). O filme conta a história de Viktoriya, uma jovem russa apanhada numa rede de tráfico ilegal, que apenas tem uma hipótese: lutar para sobreviver; e de António, um velho camionista, que se cruzará no caminho da jovem. Segundo o autor, a sua principal ambição é “fazer com que cada pessoa se possa colocar no lugar daquelas personagens e pensar sobre qual seria a sua escolha se estivesse naquela situação”. (Fonte: nit.pt)
A 15 de Novembro, estreia DIAMANTINO, a primeira longa-metragem de ficção de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, um par com um percurso marcado por filmes como TRISTES MONROES (2017) e A HISTORY OF MUTUAL RESPECT (2010). Tratando-se de uma coprodução entre Portugal, França e Brasil, o filme narra a história de “Diamantino, ícone absoluto do futebol, que é capaz de fintar as melhores defesas. Mas no jogo mais importante da sua vida, o seu génio deixa de funcionar.” “À procura de um novo objetivo para a sua vida, Diamantino entra numa odisseia delirante, que envolve neofascismo, crise dos refugiados, modificação genética e a busca pela origem da genialidade”.
Concluo com menção ao Doclisboa, o icónico festival lisboeta, que terá lugar nos dias 18 a 28 de Novembro, em salas distintas como a da Culturgest, Cinema Londres e Cinema São Jorge, o único festival de cinema em Portugal exclusivamente dedicado ao documentário. Tendo o documentário como mote, surgiu uma maior consciencialização quanto à importância do cinema documental, a descoberta de novos territórios, a grande diversidade, e a vitalidade do cinema do real. (Fonte: doclisboa.org)
Até à próxima rúbrica, e até lá, boas sessões de cinema!
Vasco Bäuerle
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