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Edição 670

Um obrigado ao voluntariado que não é louvado, não é noticiado, nem é pago!

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Crónica: José Maria Moreira da Silva

O voluntariado é uma participação livre, desinteressada, responsável e ativa dos cidadãos na vida das comunidades, que se traduz numa relação solidária para com o próximo e na participação de soluções para a melhoria da qualidade de vida de toda a comunidade. Sem receber qualquer contrapartida pela sua entrega aos outros e à sociedade.
O voluntariado rege-se pelos princípios da solidariedade, da participação, da cooperação, da complementaridade, da convergência e da gratuitidade. Ser voluntário é ser útil, deliberadamente, sem esperar recompensas. O voluntário não é remunerado pelo exercício de voluntariado.
Ser voluntário é, tantas vezes, uma bênção inesperada para quem beneficia e isto é a maior recompensa do seu trabalho e não qualquer valor material, pois não é a ambição, nem a busca de riqueza material ou notoriedade que move os voluntários. Eles são movidos pelo ideal de fazer bem, pela vontade de ajudar, pela procura de riqueza emocional e pela certeza de poderem dar um contributo para a construção de um futuro diferente e melhor, fazendo assim a diferença.
O voluntário é um indivíduo que se compromete, de acordo com as suas aptidões, a desenvolver ações de voluntariado, no seu tempo livre, em prol das pessoas, sem olhar a quem para fazer o bem. Por isso é que são tantas as vezes que o voluntário deixa a sua família para socorrer alguém, para salvar desconhecidos, para proteger pessoas e patrimónios, para ajudar os mais carenciados, para estar ao serviço dos mais frágeis da sociedade.
O voluntariado tem sido uma das formas mais eficazes para que seja colmatado o fraco investimento governamental em áreas como a ação social, ambiente, educação, saúde, desporto e lazer. E mesmo assim, o voluntariado tem sido tão maltratado, ou até mesmo enxovalhado por alguns poderes púbicos, mas também por muitos elementos da sociedade.
São estes os verdadeiros voluntários que cumprem a missão de voluntariado, neste país onde são poucos os que se preocupam com o seu semelhante. Talvez por isso mesmo, não aparecem nas primeiras páginas dos jornais, nem merecem um louvor de certos políticos de pacotilha, que mais facilmente apresentam votos de louvor a “voluntários” que de voluntários pouco ou nada têm, a não ser receber voluntariamente verbas muitas vezes chorudas pelo seu serviço de “voluntariado”.
Um bem-haja aos verdadeiros e puros voluntários, que cumprem a nobre missão de voluntariado, ao serviço dos bombeiros, das misericórdias, das IPSS, das associações culturais, recreativas, desportivas e outras, sem nada receber em troca. Um sentido obrigado ao voluntariado que não é louvado, não é noticiado, nem é pago!

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moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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