Ano 2008
A REVOLTA DOS PROFESSORES
Um sinal a não ignorar
Independentemente das razões que lhes possam ou não assistir, a manifestação de protesto promovida pelos professores, de vários níveis de ensino, representa um claro aviso, com grande alcance político, que não permitirá que o governo finja que não viu.
Esta manifestação, pela sua dimensão, é um motivo que deve levar o governo a pensar seriamente no rumo que vai seguir até 2009.
Confesso que não estou à vontade para dizer que os professores têm ou deixam de ter razão. Já me manifestei, em página deste jornal, a favor da avaliação dos professores.
Todos nós fomos ou somos periodicamente avaliados e não vejo razão para que os professores não sejam também. Afinal, os professores são, a par dos magistrados, os profissionais que mais avaliam os outros.
Mas, se defendo que devem ser avaliados, não posso, em consciência, afirmar que modelo proposto é correcto ou incorrecto. Não conheço suficientemente o modelo de avaliação nem tenho qualquer actividade ligada ao ensino que me permitam a sensibilidade que têm os profissionais de educação, de qualquer actividade.
Nem tão-pouco me pronuncio sobre eventuais privilégios porque, a tê-los, não serão os únicos.
Considero que um bom professor desenvolve uma actividade nobre e difícil.
Em causa parecem estar o modelo e o momento da aplicação. Foram afirmações que ouvi com alguma frequência nas últimas semanas.
Há quem entenda tratar-se duma reacção corporativa.
Não lhe chamaria isso que, aliás, considero perigoso. Juntar cem mil pessoas numa manifestação ultrapassa largamente o carácter corporativo de qualquer instituição.
Importa, na minha opinião, analisar as consequências políticas para o governo socialista, que considero um bom governo.
Estou convencido das boas intenções do governo e do ministério que serão para melhorar o ensino. Mas também estou convencido que não existirão condições de avançar tendo uma parte muito significativa dos professores contra o modelo e o momento.
Avançar, com os professores contra, é um risco muito grande e pode condenar o sistema de avaliações a um fracasso que será sempre indesejável.
Também não me parece acertado demitir a ministra que me penso ser competente e interessada.
Se a ministra cair, outro ministro lhe sucederá na lista de figuras a triturar. Desde que "caiu" o anterior ministro da Saúde começaram os maiores problemas da ministra da Educação. Se esta cair, quem se seguirá? Talvez o ministro da Administração Interna. Ou o da Justiça. Ou outro…
Tem sido assim desde que acabou o estado de graça do governo actual.
Não sou analista político, nem pretendo ter tal presunção, mas penso que a única saída é adiar a aplicação deste método e estabelecer pontes de entendimento com os sindicatos sem que isso possa significar vergar-se a radicalismos que pode existir nesta fase a acontecer em consequência do eventual extremar de posições.
Acredito e desejo que o governo saiba ultrapassar esta situação que, reconheça-se, é difícil.
O governo tem-nos habituado a ultrapassar situações difíceis e estou convencido que será capaz de ultrapassar mais uma contrariedade.
Afonso Paixão
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