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Edição 640

Crónica: Autárquicas

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Por estes dias, não há ninguém que não se aperceba que as eleições autárquicas estão à porta. No meu percurso casa/trabalho vou assistindo às várias dinâmicas nos concelhos que atravesso.
Vamos começar pela Maia. Aqui, PS e PSD/CDS-PP optam por caminhos diferentes mas que se cruzam. O PS opta pelo candidato com apelido aristocrata onde o que salta à vista é o apelido: Viera de Carvalho. Neste caso é o filho do ex-presidente, figura de referência da direita na Maia, já falecido, mas que parece pairar sobre a cabeça dos maiatos, entrando em campo a política mística. Aqui até podia ser o primo em 5º grau, desde que tivesse o apelido. A coligação “Maia em primeiro” formada pelo PSD/CDS-PP opta por dar quase o mesmo destaque aos primeiros candidatos da Lista à Câmara e à Assembleia Municipal. Porquê? Simplesmente porque o actual presidente atingiu os 3 mandatos e não se pode candidatar, pelo menos nesta eleição. Não sendo o primeiro presidente de câmara a transitar para as listas da Assembleia Municipal, dá a ideia de que pretende transmitir a seguinte mensagem: “não cries ilusões, porque na verdade ainda continuo a mandar e só tenho de esperar quatro anos para regressar”. Em Matosinhos vive-se uma luta fratricida, com o ressurgimento do dinossauro Narciso Miranda, entrando aqui a predestinação, dando a entender que é o candidato escolhido por deuses ancestrais. Também podemos encaixar neste caso a candidatura do Major Valentim Loureiro a Gondomar, que tem como todo um programa a frase “o presidente voltou”.
Finalmente a Trofa. Destaquemos o culto da personalidade do primeiro candidato à Câmara Municipal da coligação PSD/CDS-PP “Unidos pela Trofa”. Ele é vê-lo entre os velhinhos, a brincar com as crianças, a falar, como se estivesse interessado, com um operário ou a fotografia que parece saída de um livro de catequese do Sérgio Humberto com uma família. E tudo com um sorriso à Hollywood. Além disso, depois da campanha, os fotógrafos bem podem colocar as fotografias num banco de imagens e esperar que uma qualquer marca de dentífricos ou algum seguro de saúde as compre. E porquê esta estratégia? Para esconder que este concelho neste momento é governado avulso. Obras avulso sem qualquer tipo de ideia do que é o urbanismo, cultura avulso com incitativas inconsequentes (ainda se lembram do Festival de Cinema?). É um projecto feito de mantas de retalho e que quem ousa criticar corre sérios riscos de ver a sua vida privada e profissional devassada, como é possível observar nas assembleias municipais.

***
Sobre as tensões na península coreana, talvez se deva virar o tabuleiro e verificar que provavelmente estamos perante uma guerra económica de larga escala. Um dos temas económicos da campanha de Trump foram as relações económicas dos Estados Unidos com a China, visando principalmente as trocas comerciais.
Imaginemos um conflito envolvendo directamente as três primeiras economias mundiais (EUA, China e Japão) com a Rússia a observar da janela.

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Ricardo Garcia

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