Edição 613
Memórias e Histórias da Trofa – Temos fome! Queremos comer!
Pouco mais de um século depois de ter começado a Primeira Guerra Mundial, urge refletir e pensar sobre os efeitos deste conflito para a sociedade trofense.
A situação das classes sociais mais pobres era bastante complicada, havia muita miséria, os operários viam os seus salários a serem reduzidos em consequência de as empresas terem a sua laboração suspensa em alguns dias da semana ou mesmo paralisadas pela falta de matéria prima.
Ação em cadeia, as tensões sociais e a miséria alastravam-se e poderia estar a ser criado um barril de pólvora que poderia explodir a qualquer momento porque a fome não conhece lei.
O milho rareava no antigo concelho de Santo Tirso e era imprescindível importá-lo de outros municípios, porque era essencial para fazer o pão, o principal alimento da população.
A ordem social ia-se degradando, os operários gritavam que tinham fome e queriam comer e em 1916 o cenário de agitação social era em muito apoiado nos trabalhadores da Têxtil de Negrelos que ousaram marchar em direção a Santo Tirso porque tinham fome.
Existem múltiplos exemplos de manifestações de populares entre elas em Alvarelhos e no centro da Trofa.
A Câmara Municipal de Santo Tirso assumiu o controlo da venda de cereais, são criados celeiros municipais em várias freguesias para os operários poderem comprar a um preço acessível.
Nas atuais freguesias do concelho da Trofa, a venda para S. Martinho e Santiago de Bougado era realizada ao domingo às 10h em S. Romão e em S. Mamede era nesse mesmo dia, contudo a iniciar às 9h e, por fim, em Alvarelhos pelas 10h também ao domingo, contudo essa venda era realizada na Quinta do Paiço.
Dois anos após o iniciar destas medidas, ainda se escrevia que havia falta de milho e as classes pobres não aguentavam o aumento do custo de vida e repetidamente o poder local toma medidas: impedimento de saída de cereais para fora do concelho, arrolamento dos cereais existente nos lavradores e por final o recenseamento de todos os consumidores e indicar o número de elementos das famílias.
O arrolamento para impedir o contrabando acabou por produzir resultados como por exemplo a apreensão de mais de quatro toneladas de cereais na Carriça.
A população do atual concelho da Trofa passou por inúmeras privações, fome, desemprego e miséria, um cenário negro que perdurou pelos quatro anos do conflito. 1
1Informações retiradas do Jornal Santo Tirso de 1914-1918
José Pedro Reis
-
Assinatura em pdf6 dias atrás
Edição papel nº288 do Jornal do Ave
-
Trofa2 semanas atrás
Centro Qualifica AE Trofa celebra S.Martinho e promove intercâmbio cultural entre formandos
-
Trofa1 semana atrás
Leilão da Horainox: Unidade industrial e equipamentos avaliados em mais de 860 Mil Euros disponíveis até 20 de Novembro
-
Trofa1 semana atrás
Abriu ao transito a nova rotunda e Avenida de Mosteirô
-
Falecimentos2 semanas atrás
Falecimento de António Maia de Sá
-
Falecimentos1 semana atrás
Falecimento de Maria da Conceição Dias e Silva
-
Desporto2 semanas atrás
Reko Silva reforça meio-campo do Trofense
-
Trofa1 semana atrás
Noélia Pedrosa e Gabriela Araújo vencem o concurso Lusófono da Trofa – Prémio Matilde Rosa Araújo 2024