Edição 610
“Se há destino, eu não estava destinado a morrer ali”
Fernando Dias ainda não tinha completado 22 anos quando foi mobilizado para Moçambique, em maio de 1972. Seguiram-se “27 meses e 10 dias” de experiência no Ultramar. Por ele, aguardava um quartel, em Nova Freixo, num pequeno aldeamento onde só existia um estabelecimento comercial. O impacto, à chegada, “foi grande”, admite, principalmente ao nível do clima. “O calor era muito seco, mais parecia que não tínhamos ar”, contou, em entrevista ao NT.
Na função como condutor, Fernando Dias colecionou histórias boas e más, como só o Ultramar pôde dar. Ainda hoje, Fernando Dias convive com consequências da guerra. Um “zumbido” nos ouvidos não o larga desde que uma mina rebentou mesmo por baixo de si, quando seguia num Unimog. Esse mesmo zumbido testemunha também um dos momentos mais difíceis que viveu em Moçambique. “Íamos uns nove em cima do Unimog e a mina rebentou precisamente do lado onde eu estava. O indivíduo que ia ao meu lado direito foi apanhado por uma chapa do Unimog que vergou com a explosão e lhe trespassou as pernas. Acabou por morrer devido ao derramamento de sangue e pela demora na chegada da ajuda médica. Eu fui projetado a uma elevada altura. Lembro-me de ver a copa das árvores”, contou.
Leia a reportagem na íntegra na edição n.º 610 do jornal O Notícias da Trofa
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