Edição 587
Metro do Porto explica razões para a demolição
Na posse dos canais ferroviários da Trofa e Póvoa de Varzim que foram desativados em fevereiro de 2002, a empresa Metro do Porto, concessionária do Sistema de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto, entendeu pela demolição da Ponte da Peça Má, tecnicamente denominada “Passagem Inferior n.º 21” sobre a Estrada Nacional 14.
Questionada pelo NT, a administração da empresa afirmou que a ponte – face à desativação da linha em 2002 – “tornou-se desnecessária e inútil” e “representava uma limitação à circulação automóvel, um fator de congestionamento e uma ameaça à segurança das populações”, acrescentando que a estrutura “não tinha qualquer tipo de valor patrimonial ou arquitetónico”.
“Assim e não tendo recebido, ao longo de mais de 14 anos de discussão e de debate públicos a nível local, qualquer tipo de manifestação de interesse por parte de entidades públicas para receber a propriedade e a responsabilidade pela manutenção da Passagem Inferior nº 21, entendeu a Metro do Porto promover o estudo das condições da infraestrutura, concluindo pela necessidade imperativa de demolição da mesma”, justificou-se.
À questão sobre se tinha apresentado outras soluções à Câmara Municipal, a administração da empresa respondeu que “sempre esteve disponível para entregar a infraestrutura a entidades públicas que assegurassem a sua manutenção”, acrescentando que durante o processo “manteve permanentemente informadas todas as entidades públicas”.
A demolição, refere a empresa, “foi desde sempre uma solução considerada, dado tratar-se de uma infraestrutura sem uso, sem valor, que representava um encargo e um risco para a segurança de pessoas e bens; solução que o agravamento progressivo das condições da infraestrutura, como se constatou, tornou imperiosa”.
Tendo a Metro do Porto posse do antigo canal ferroviário, o NT quis saber o que a empresa pretende fazer com os edifícios das antigas estações, assim como com as pontes que estão em mau estado, nomeadamente as da EN14 e EN 318 no Muro, suportadas por escoras e claramente inseguras. A resposta foi esta: “A Metro do Porto trata com zelo todas as infraestruturas que estão sob sua responsabilidade, sendo que o seu destino futuro decorrerá das soluções que vierem a ser definidas”.
Recorde-se que o NT deu a conhecer, em exclusivo, uma petição que exige uma intervenção urgente nas pontes que estão “a ruir” no Muro. “Uma vez que nunca houve qualquer intervenção de fundo, foram-se agravando as condições estruturais das duas pontes que cruzam o canal da linha na zona do lugar da Carriça e da que cruza a linha na zona do cemitério do Muro, com fissuras enormes nas junções, infiltrações de água nos pilares, aumentando exponencialmente a probabilidade de ruir por causa da degradação a que estão votadas”, pode ler-se na petição. Álvaro Neves reitera que “está em causa a segurança das pessoas que por lá passam”.
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