Edição 584
Mensageiros voltam das Jornadas Mundiais da Juventude de “coração cheio”
“Posso dizer que cheguei a casa de coração cheio por tudo o que vivemos durante esta semana (…) É bom sentirmos o conforto das nossas casas, os mimos das nossas famílias, mas estas aventuras tornam-nos mais fortes e capazes de dar valor ao que temos”. Esta é parte da mensagem de um dos membros dos Mensageiros após o regresso a casa das Jornadas Mundiais da Juventude. Trinta e seis jovens de S. Martinho de Bougado partiram no dia 25 de julho para uma aventura que reuniu em Cracóvia cerca de três milhões de cristãos. Depois de uma paragem em Paris e outra em Varsóvia, chegaram a Cracóvia às 16.30 horas de 26 de julho, de comboio, e seguiram para Blonia, onde se realizou a missa de abertura do evento. Daí, partiram para Pcim, a 45 quilómetros de Cracóvia, cidade onde foram acolhidos por residências familiares.
Durante a estadia na Polónia, os jovens de S. Martinho de Bougado visitaram locais emblemáticos. “Estivemos em locais onde se escreveram das páginas mais negras da história da humanidade, pois era nesses locais (guetos criados pelas tropas nazis) que os judeus embarcavam para os campos de concentração, que mais não eram do que campos de extermínio de judeus”, afirmaram.
Não foi posta de lado a possibilidade de um atentado terrorista por estes dias em Cracóvia, mas, apesar da presença massiva de militares, quando os jovens de todo o mundo se encontraram com o Papa Francisco o ambiente era, dizem os jovens de S. Martinho de Bougado, “de serenidade”. Mas nem tudo foi fácil nesta aventura na Polónia. As barreiras linguísticas, alimentares e logísticas não facilitaram a tarefa aos jovens trofenses. “Adaptar para sobreviver” foi o lema que adotaram para tornar as dificuldades em aprendizagens. “Foram efetivamente oito dias indescritíveis. É impossível descrever o que se sente quando se vê tantos jovens do mundo inteiro a falar uma só linguagem: a linguagem do amor”, concluíram os Mensageiros. Regressaram a Portugal no primeiro dia de agosto sãos e salvos, com uma bagagem de recordações e “o coração cheio”.
Misericórdia, perdão e aceitação é a mensagem que JFS Muro traz das JMJ
Foi pelas palavras de uma jovem da Síria que o Grupo de Jovens do Muro presenciou um dos momentos mais emocionantes das Jornadas Mundiais da Juventude. “Pediu para rezarmos por eles, porque eles gostam do seu país tanto quanto nós gostamos do nosso e gostavam de não viver assim”, repercutiu Alexandra Freitas, do Grupo de Jovens Juventude Sem Fronteiras (JFS) do Muro.
Vinte e um jovens da JSF do Muro e do Giofrater, acompanhados pela Irmã Paula, representante das Franciscanas Nacionais de Nossa Senhora, partiram, a 24 de julho, para Varsóvia, rumo às Jornadas Mundiais da Juventude. No dia seguinte, seguiram para Cracóvia, onde encontraram “imensos peregrinos, jovens de todo o mundo, na cidade que estava completamente cheia”, descreveu Alexandra Freitas. Durante a passagem pela Polónia, visitaram vários locais e museus. Mas foi em Auschwitz, que viveram um dos momentos mais impactantes da viagem. “É um lugar que tem uma carga emocional muito grande. Saímos de lá todos um bocadinho deprimidos. Aquela história é mesmo muito forte. Percebemos que estávamos num sítio em que tanta coisa se passou, onde morreram um milhão e meio de pessoas”, descreveu a representante da JSF Muro. Também o Papa Francisco visitou o campo de concentração, o local que não deixa ninguém indiferente. Depois de Auschwitz, o Papa apareceu aos jovens “visivelmente triste e abatido”, relembrou Alexandra Freitas.
Os elementos da JSF Muro e do Giofrater que viajaram da Trofa para a Polónia foram “muito bem acolhidos em famílias, com quem, apesar de algumas dificuldades de comunicação”, se deram muito bem. Barreiras que, explicou Alexandra, foram ultrapassadas pelo “facto de serem todos católicos e cristãos e estarem acolhidos num meio que caba por ser familiar”. Tanto que, no momento da despedida “houve lágrimas”, recordou a jovem.
Uma verdadeira aventura que terminou a 3 de agosto. Os jovens estão de regresso a casa e trazem consigo muitos ensinamentos. “Trouxemos a mensagem de sermos misericordiosos e estarmos dispostos a perdoar os outros e a acolhê-los. A mensagem das jornadas foi sobre a misericórdia e a capacidade de aceitarmos”, afirmou Alexandra Freitas. O Papa Francisco deixou um apelo aos cerca de três mil jovens que se juntaram em Cracóvia para as Jornadas Mundiais da Juventude: “Não serem jovens que estão sentados no sofá, que aceitam tudo o que lhes dizem e fazem o que os mandam, influenciou-os a serem jovens que lutam por aquilo que realmente querem e a lutarem pelos seus objetivos, fiéis a si mesmos e àquilo que Jesus os desafia a ser, jovens que sejam independentes e que saibam pensar por si próprios”, reverberou a jovem da JSF Muro, que acha que este evento vale pelo facto da mensagem do Papa ser transmitida ali mesmo, olhos nos olhos com jovens de todo o mundo, “só por isso vale a pena ir à descoberta de uma experiência que toca tanto”, incentivou Alexandra Freitas.
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