Edição 584
Folc.Trofa promoveu tradições
Foi ao som da “Nortada”, de Júlio Pereira, que começou o espetáculo da gala de abertura do Folc.Trofa. Uma música tradicional portuguesa que foi coreografada com os estilos de Ballet e Jazz, pela academia de dança Alva Center. Um início de um festival de folclore “diferente”, tal como Fernando Jesus, presidente do Rancho Folclórico da Trofa, tinha prometido e uma inovação, tal como acontecera em 1983, uma vez que a “Nortada” foi a primeira música portuguesa gravada em videoclip.
E mantendo-se nas tradições de finais do século XIX e inícios do século XX, foi a vez do Rancho Folclórico da Trofa dar o passo seguinte do festival. Foi a cantar ao S. Gonçalo que entrou em palco, seguindo-se outras apresentações, como, por exemplo, o Tiro Liro, Desfolhada e Pézinho. Mas a novidade na apresentação chegou com o Malhão Velho, tocado apenas por instrumentos de cordas e acompanhado do tambor.
Seguiram-se atuações de outros ranchos folclóricos que levaram o público a conhecer de perto os usos e costumes das regiões entre o Douro e Minho, Alta Estremadura, Gândara e da Bairrada e Baixo-Vouga, o qual contribuíram os ranchos folclóricos dos Moleanos (Leiria), Cancioneiro de Cantanhede (Coimbra), As Lavradeiras da Lixa (Porto) e As Tricanas Ovar (Aveiro).
Durante o festival, Fernando Jesus afirmou que podia dar-se por “um presidente feliz”, pois atualmente conta com “cerca de 58 elementos trajados, dos quais dez são crianças”. E contrariando algumas opiniões que apontam para o afastamento dos jovens do folclore, o presidente referiu que o Rancho tem “muita juventude, filhos de elementos mais velhos que lá andam”. E é “desde pequeninos” que o Folclórico da Trofa lhes vai “incutindo o folclore”. E apesar de “fugirem” quando chegam à “idade de namorarem”, os jovens acabam por “regressar”. “(O Folclórico) está vivo, recomenda-se e é para se manter, porque temos muita juventude e alguns conselheiros na Federação de Folclore Portuguesa. Ter dois a três conselheiros num concelho com cinco freguesias é de louvar e é bom para o folclore na Trofa”, mencionou.
Quanto ao número de saídas, Fernando Jesus assegura que “não é igual como há 20 anos”, mas, além das “permutas”, tem “meia dúzia de saídas a ganhar”.
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