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Edição 580

Parque das Azenhas ao abandono

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Ia “arrancar a todo o ritmo”, mas a verdade é que pouco se tem visto das obras no Parque das Azenhas. A dimensão da vegetação e o movimento quase nulo de máquinas e trabalhadores denunciam que o projeto continua, praticamente, votado ao abandono, impedindo que a população usufrua, nestes dias de verão, do passeio junto à margem do Rio Ave.
As vedações e os avisos de perigo assustaram muitos dos que utilizavam o Parque das Azenhas para passear, correr e andar de bicicleta, mas mesmo assim ainda há quem se aventure a entrar no percurso pedonal e ciclável para cumprir a rotina desportiva ou retemperar energias e usufruir da paisagem ribeirinha. Mesmo que pelo caminho tenha vegetação que quase cobre o caminho – entre Azenha da Barca e a Misericórdia atinge uma altura de metro e meio – ou passadiços sobre o rio sem tábuas. E desenvolvimentos não se vislumbram nas obras do Parque das Azenhas.
Na sessão de 26 de abril da Assembleia Municipal, o presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto dizia que por volta de junho ou julho a empreitada estaria concluída. Esta era, segundo o autarca, a previsão do consórcio ABB/Europa-Ar Lindo que, a julgar pelo atual cenário, não será cumprida. E já na altura, Sérgio Humberto “não assinava por baixo” o prazo dado pelo consórcio, por “ainda” estar “por faturar entre 600 e 700 mil euros” de “trabalhos a mais e daquilo que não foi feito desde o início” do projeto.
Do que é visível ter sido feito é a colocação de gravilha que acompanha o percurso desde a Azenha de Sam às estufas.
Com obras sem fim à vista e sem poder ser utilizado pela população, o Parque das Azenhas é já um sério candidato a projeto fracassado no concelho. Concebido ainda no mandato do primeiro presidente da Câmara Municipal da Trofa, Bernardino Vasconcelos, esta obra tem uma extensão de mais de quatro quilómetros, envolvendo mais de cem hectares de uma área, e custou cerca de três milhões de euros, sendo comparticipada por fundos comunitários em 85 por cento.


A construção do passeio começou no mandato de Joana Lima e abriu ao público a 15 de setembro de 2013, pouco antes das eleições autárquicas, sendo utilizado como “arma” da oposição, que acusou a socialista de inaugurar o projeto sem estar concluído. Uma cheia provocada por um dia de chuva intensa causou graves prejuízos à obra, que nunca mais foi a mesma.
O atual executivo camarário foi-se justificando com o elevado encargo financeiro da reparação e dos “trabalhos a mais” e com as condições climatéricas. A verdade é que, quase três anos depois de aberto ao público, o Parque das Azenhas está interdito. Até quando?

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