Edição 577
Deveríamos ir ao fundo… do mar!
É tipicamente português, o adiamento para as calendas, das decisões sobre temas importantes para os portugueses, como é o caso do debate que se impõe há muito tempo, de se saber o que Portugal quer ser daqui a uma década, daqui a uma geração, para o futuro. Ninguém sabe, ninguém quer discutir, ninguém quer saber e lá vamos vivendo sem termos uma estratégia para o médio e o longo prazo.
Quem não tem uma estratégia, como é o nosso caso, anda ao sabor dos ventos e nós temos andado ao sabor dos ventos de Bruxelas: «ora abate a fruta, ora abate a frota». Tem sido assim, desde os anos de 1980, com uma agricultura que se destruiu quase por completo, uma indústria que se empurrou para a falência e umas pescas que se afundaram por completo.
Portugal é uma nação marítima e nem sequer tem uma indústria do mar. Eramos a 3ª maior Zona Económica Exclusiva (ZEE) da União Europeia (UE) e a 11ª do mundo, antes da Organização das Nações Unidas (ONU), no início da segunda década deste século, nos ter alargado a extensão da plataforma continental para lá das 200 milhas. Atualmente somos uma das maiores potências do mundo, em termos de território debaixo das águas marítimas.
Desde essa data, Portugal ficou com o direito exclusivo de explorar os recursos naturais vivos e não vivos existentes nesse território e começar a exercer a sua soberania sobre o solo e o subsolo marinhos, uma área com riquezas incalculáveis, com fortes indícios da existência de petróleo, gás natural, metais preciosos e microrganismos utilizados na produção de fármacos e cosméticos.
Para além das riquezas enunciadas, nesses «nossos» territórios marítimos, ainda há outras importantes áreas de negócio, como por exemplo: a construção e reparação naval; a náutica; o turismo de recreio; a energia; a aquicultura; a biotecnologia. Existem também imensas oportunidades que se escondem no fundo do oceano Atlântico, cujo verdadeiro valor ainda está por descobrir.
Portugal é praticamente só mar, pois 97% do país é mar. Enquanto o território fora de água são cerca de 92.000 quilómetros quadrados, o território debaixo de água chega a atingir mais de dois milhões de quilómetros quadrados. Provavelmente, Portugal é um dos países mais ricos do mundo e não temos tido a capacidade de tirar partido disso!
Tem sido um claro falhanço das elites políticas que têm governado Portugal nas últimas décadas e que em campanha eleitoral prometem «mundos e fundos», mas quando se encontram no poder nunca vão ao fundo das «coisas», muito menos às «coisas» do fundo do mar. Mas deveríamos ir ao fundo… do mar, pois é lá que temos uma riqueza incalculável!
moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt
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