Edição 573
AUAUA abre segunda loja solidária (c/video)
Para conseguir pagar as despesas com os tratamentos clínicos e alimentação dos animais abandonados, a Associação Um Animal Um Amigo abriu a segunda loja solidária, na Rua Camilo Castelo Branco, no centro da cidade da Trofa.
Quando nem os cães e gatos bebés conseguem ser adotados, só se pode traçar um cenário: a atual situação do canil municipal é dramática. Cerca de 80 cães e dez gatos estão a sobrelotar o espaço e a Associação Um Animal Um Amigo (AUAUA) já se dispôs a acolher 13 cães e mais de 30 gatos. O problema agudiza-se a cada 24 horas e já não há capacidade para responder ao abandono. Para conseguir custear tratamentos clínicos e alimentação, a AUAUA foi obrigada a abrir uma segunda loja solidária, onde os produtos vendidos a preços reduzidos servem para pagar, essencialmente, faturas no veterinário. Uma vez que, mensalmente, a associação gasta “cerca de 800 euros” em tratamentos médicos, o subsídio anual da autarquia, de cerca de 2750 euros, é insuficiente. “Estamos sempre dependentes de donativos e das cotas dos sócios, alguns dos quais fazem a inscrição e depois esquecem-se de pagar as cotas. Está muito difícil. Sentimos que temos de ajudar os animais e não sabemos como”, desabafou Sílvia Coutinho, presidente da coletividade.
As lojas solidárias, na Rua Camilo Castelo Branco, no centro da cidade, foram uma das estratégias encontradas para ajudar à sobrevivência dos animais. Vestuário, calçado, acessórios e brinquedos são os artigos em maior número nestes espaços remediados pelos voluntários da associação. “Os artigos estão à venda por 50 cêntimos, um euro e dois euros”, afirmou Sílvia Coutinho.
Castração como parte da solução
Face à situação difícil que o concelho apresenta face à sobrelotação do canil municipal, para a AUAUA uma das soluções que poderiam minorar o problema seria “a castração e esterilização” dos animais que chegam ao canil. “Um dono nunca se vai dar ao trabalho de esterilizar o animal, até porque é caro e há famílias que não têm dinheiro para isso. Se for um animal adulto, a associação dá-lo já esterilizado”, explicou Sílvia Coutinho.
Para agravar, “há o caso grave da vizinhança”, acrescentou a presidente da AUAUA. Ou seja, “há pessoas da Maia, Valongo e Ermesinde” que vêm à Trofa abandonar os animais “em S. Romão do Coronado e Covelas”. “Por muito boa vontade que tenhamos, isso não chega, porque precisamos de espaço físico para acolher os animais. Estamos lotadíssimos”, alertou.
Perante o atual cenário, restam os apelos à solidariedade das pessoas para com os amigos de quatro patas: “Não abandonem. Um animal é um membro da família e tem sentimentos profundos pelo dono. Ninguém imagina o que eles sofrem quando são abandonados. Há cães que deixam de comer”.
Sílvia Coutinho aproveitou ainda para solicitar “donativos” a todos os que gostam de animais, para que a AUAUA consiga travar “esta luta diária”. “Todos os dias há animais abandonados, animais doentes ou maltratados e todos também precisam de comer. Precisamos de dinheiro para isso tudo. Se não puderem dar em dinheiro, podem doar artigos que nós venderemos nas nossas lojas solidárias ou então ração, detergentes e sacos do lixo”, pediu.
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