Fique ligado

Edição 568

Automobilistas parados em Operação STOP maus-tratos (c/video)

Publicado

em

Uma operação STOP na EN 14, na Trofa, na manhã de terça-feira, 13 de abril,  teve como objetivo sensibilizar os automobilistas para o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância.

O mês de abril é, a nível mundial, considerado o Mês Internacional de Prevenção dos Maus-Tratos na Infância. A data não surge do acaso. A história remonta a 1989, quando uma avó, Bonnie W. Finney, amarrou uma fita azul ao seu carro. A explicação para a ação de Bonnie Finney, era trágica. O azul da fita simbolizava as nódoas negras no corpo dos seus netos, um deles viria mesmo a falecer devido a agressões a que foi sujeito. A partir daqui, esta história e a fita azul serviram de lembrete para a luta na proteção das crianças contra os maus-tratos. Portugal juntou-se, mais tarde, às iniciativas que por todo o mundo se desenvolvem. Na Trofa, na manhã do dia 13 de abril, uma Operação STOP muito especial fez parar os automobilistas que seguiam na Estrada Nacional 14, junto ao estádio do CD Trofense. Uma iniciativa da  Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), da autarquia trofense e da GNR de Santo Tirso que tinha como objetivo “sensibilizar a comunidade”para esta questão dos maus-tratos nas crianças.
Os números do relatório da UNICEF,  “Hidden in Plain Sight” (Escondido à vista de todos), assustam. Uma em cada dez raparigas no mundo, com idade inferior a 20 anos, foi sujeita a relações sexuais forçadas, isto diz respeito a cerca de 120 milhões de meninas. Um quinto das vítimas de homicídio a nível mundial são crianças e adolescentes com menos de 20 anos, o que corresponde a 95 mil mortes em 2012. Aproximadamente um em cada três estudantes, a nível global, com idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos são regularmente vítimas de bullying. Os automobilistas parados nesta Operação STOP maus-tratos não tinham noção da dimensão desta situação. Isabel Castro considera que estas ações não devem acontecer “só um mês, mas sim todos os dias”, porque só quando surgem estas iniciativas é que “paramos um pouco para pensar melhor”. “As crianças vítimas não falam, nós é que temos realmente que tentar ver os sinais e tentar ajudar, porque é um crime público”, afirmou Sara Sousa quando foi parada na EN 14. Pelos automobilistas foram distribuídos flyers e calendários, precisamente para lembrar que este é um assunto de todos os dias e não só do mês de abril, mas também o laço azul com o qual começamos esta história. Inês Soares afirmou que quando olhar para este símbolo da  prevenção dos maus-tratos vai lembrar-se “de todas as crianças maltratadas” e espera, no futuro, “um mundo melhor”. Luís Lima considera que a solução para prevenir esta violência passa por “unir-mo-nos todos em volta das crianças, abraçá-las e não permitir que estas situações aconteçam”. Flávio Sá, comandante do Destacamento Territorial de Santo Tirso, afirmou que, diariamente, tem “conhecimento de vários casos”, por isso “a sensibilização é o princípio para combater este crime”. “Alguns casos levam à morte e este é um crime que está um pouco camuflado. Cabe-nos a nós, em colaboração com as diversas entidades, combater isso”, informou o comandante. No final desta Operação Stop, para Lina Ramos, vereadora da Câmara Municipal da Trofa e presidente da CPCJ, “o balanço foi muito positivo”. Sendo que estas iniciativas são “para continuar todo o ano, não só no mês de abril”. “Quando contávamos a história do Laço Azul, sentimos que havia pessoas que ficavam muito sensibilizadas. Uma senhora  pediu que colocasse a fita no interior do carro para que ficasse lá para sempre”, por isso “acho que conseguimos sensibilizar a comunidade para a questão dos maus-tratos na infância”, confidenciou ao NT Isabel Veiga, técnica da Câmara Municipal da Trofa e secretária da Comissão da Proteção de Crianças e Jovens.
Nesta Operação STOP não foi só o trânsito que parou. Susana Ramos, contou ao nosso jornal que recentemente teve conhecimento de uma história de tentativa de abuso sexual que a deixou perturbada e quis denunciar o caso. Uma colega desta senhora descobriu que “o padrasto do marido começou a tentar violar a filha dela com 10 anos” e Susana disse à colega que se esta não agisse seria ela própria a fazer “alguma coisa”. Este caso acabou por ser resolvido, mas há muitos que ficam no silêncio de quem os vive, por isso Susana Ramos acha que “isto deve ser mais divulgado, porque hoje em dia não são só os pais que dão fé, às vezes, os de fora é que se apercebem”.
“A violência contra as crianças ocorre a cada dia que passa, em toda a parte” e “podemos preveni-la se não deixarmos que permaneça na sombra”, disse Anthony Lake. A Trofa já começou o mês de atividades para prevenir os maus-tratos, porque nas crianças a única coisa que deve bater é o coração.

Publicidade

 

 

Continuar a ler...
__________________

Edição Papel

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Farmácia de serviço

arquivo

Pode ler também...