Edição 567
Roubar é roubar. Não tem ideologia!
Roubar poderá ser uma palavra muito forte para apontar os atos de devassidão do erário público, daqueles políticos e gestores financeiros, que se aproveitam dos cargos para que foram escolhidos, para engrossarem desmesuradamente as suas contas bancárias com práticas ilícitas, mas não quero, nem me apetece escrever outra palavra mais branda, para identificar esses atos praticados por esse tipo de canalha, que não tem outro nome.
Este tipo de gentalha não pode ter a nossa clemência, pois delapidam o património público e denigrem a imagem, já muito depauperada da democracia, que é um valor universal que deve ser preservado a todo o custo. Nos últimos tempos, estes casos têm vindo a público e alimentado a comunicação social. Infelizmente!
Os casos têm-se sucedido à velocidade da luz. É localmente; é no país; é a nível mundial. É um Presidente duma autarquia; é um Ministro; é um Primeiro-ministro; é um Presidente da República. Atuais ou antigos. Tem sido assim, em todos os cantos do mundo, que nalguns casos tem indignado as populações afetadas pelos roubos, sejam eles apelidados, de corrupção, de branqueamento de capitais, de lavagem de dinheiro ou outros epítetos mais pomposos.
Quem pratica este tipo de atos pensa que o povo não consegue ver que quando entrou para o cargo era um «pobretanas» e começou a ter «milhões» e a dar sinais exteriores de riqueza, que facilmente se verifica que não é conseguido apenas com o seu ordenado. É como diz o ditado popular: «Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vêm»!
Roubar é roubar. Não tem ideologia! Uma das coisas mais abomináveis que este tipo de situação tem gerado é a duplicidade de critérios que algumas pessoas utilizam, para identificarem este tipo de situação.
Se o político que rouba descaradamente, pouco ou nada possuía em seu nome e facilmente se comprova que tem uma conta bancária choruda e muitos bens de luxo, mas não é da sua ideologia é de imediato apelidado de gatuno; é considerado um ato reles e vergonhoso! Mas se é da sua ideologia, ou perto dela, esse político gatuno, deixa de ser apelidado de gatuno e passa a ser apelidado de vítima de um poder oculto; que está a ser vítima da tenebrosa justiça; que está a ser alvo de uma cabala; que é a coisa mais injusta do mundo. Dá para pensar no que leva muitas pessoas a defenderem o indefensável: uns por «fanatismo ideológico», outros por mera ignorância e falta de informação e ainda outros por solidariedade. Quando assim é cresce a indignação com tanto despudor.
Esta concepção da realidade através de dois princípios opostos corrompe a lucidez e a inteligência e atravessa todos os quadrantes políticos. É assim na direita; é assim na esquerda; é assim no centro do espectro político. Infelizmente está espalhado na sociedade e atravessa todos os quadrantes políticos, em quase todo o mundo. Isto tudo é patético, para não utilizar um merecido ultraje. Atente-se ao caso do Brasil, em que todos os partidos políticos convivem com o mesmo fenómeno da corrupção. Menos o partido do «Tiririca», que é uma paródia e, sendo o segundo partido mais votado e o quinto na linha sucessória pode vir a ser o novo Presidente, em caso de «impeachment», em caso da presidente Dilma Rousseff ser impedida de exercer o poder.
Tudo isto é um forrobodó, que põe em causa a democracia!
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