Edição 564
Galgos “assapam” em S. Mamede do Coronado (c/video)
Podem atingir 80 a 90 quilómetros por hora e custar cerca de cinco mil euros. Os galgos provocam paixão e fazem muitos abrir os cordões à bolsa para criar campeões. O trofense Marco Fernandes é um dos apaixonados por esta raça e pelas corridas de sprint, que fazem os cães atingirem velocidades surpreendentes. Galgueiro há dez anos, Marco treina os cães diariamente a pé e quanto à preparação, compara-a a de um atleta de alta competição: “Têm que ter muitos cuidados, tanto nos treinos como na alimentação. Além da ração especial que eles têm de comer, não se pode dar carnes vermelhas, mas sim brancas”. E quanto às pessoas que discordam deste tipo de eventos que envolvem animais, Marco Fernandes garante que “os cães não sofrem” e “muito menos são magros”. “Eles simplesmente não têm gordura, são atléticos, têm músculo. Por exemplo, um dos meus cães pesa 38 quilos. Como é que se pode dizer que é magro? A fisionomia deles é que é assim”, argumentou.
Já Fernando Lopes é de Vila Nova de Famalicão e foi o galgueiro campeão nacional na época passada e tem vários títulos acumulados. E para se fazer um campeão, o segredo está “em tratar bem o cão desde que ele é pequeno”. “O animal tem de ser preparado de manhã e à noite com provas a pé. Depois, com provas de sprint, em que se vai aumentando a distância gradualmente até a uma altura em que consideramos que ele atingiu a velocidade certa e está pronto para competir. E o descanso é tão importante como os treinos”, explicou.
Marco e Fernando são dois dos muitos galgueiros que marcaram presença na Corrida de Galgos, promovida pela Associação Galgueira e Lebreira do Norte e pelo Rancho Folclórico do Divino Espírito Santo, na tarde de domingo, 13 de março, na pista da Urbanização de Trinaterra, em S. Mamede do Coronado.
Em prova estiveram 86 galgos, que competiram por três categorias: cachorros com menos de 20 meses, nacionais com mais de 20 meses e importados (cães oriundos da Irlanda). José Ferreira, presidente da Associação Galgueira e Lebreira do Norte, elogiou as condições da pista de S. Mamede e “os bons prémios” que o Rancho Folclórico Divino Espírito Santo oferece aos vencedores.
Já Carlos Ferreira, presidente do Rancho, explicou que esta atividade é organizada com vista na angariação de fundos. “Toda a gente diz que esta prova é já considerada uma das melhores do país, o que nos enche de orgulho. Costumamos bater sempre o recorde no número de inscritos, mas desta vez as associações galgueiras do Centro e Sul do país resolveram também realizar provas, o que dividiu os participantes”, afirmou. O apoio dos parceiros, tanto na logística como na atribuição de prémios é fundamental. “Este evento fica muito caro e só o conseguimos realizar com a ajuda de algumas empresas, população em geral e Junta de Freguesia do Coronado”, sublinhou.
No local, o Rancho montou uma tasquinha onde reconfortou o estômago de público e galgueiros, numa tarde soalheira e numa pista onde não havia multas por excesso de velocidade.
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