Edição 563
PSD da Trofa e Maia acusam ministro de partidarizar projeto da linha do Metro
As comissões políticas concelhias do PSD da Trofa e da Maia uniram-se para apresentar um comunicado em que “lamentam” as palavras proferidas pelo ministro do Ambiente sobre a extensão da linha Verde do Metro do Porto, do ISMAI à Trofa. Em sede de discussão do Orçamento na Comissão de Ambiente e Ordenamento do Território, e em resposta à deputada Emília Santos, o ministro João Matos Fernandes revelou que este projeto estava “em igualdade de circunstâncias” com os outros previstos na ampliação da rede de metro na Área Metropolitana do Porto.
Os sociais-democratas dizem-se “perplexos” pelo facto de o ministro colocar a conclusão da linha da Trofa “em paridade de circunstâncias com obras da segunda e terceira fase do projeto do metro”, acusando que esta tomada de posição se justifica por “razões meramente partidárias”. O mesmo acontece, dizem as concelhias do PSD, com a abordagem que o ministro fez do protocolo de cooperação que os municípios da Trofa e da Maia assinaram, a 30 de setembro de 2015, com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) e administração Metro do Porto, no qual mostravam interesse em executar um projeto low-cost, de 37 milhões de euros, numa linha que ligasse o ISMAI à antiga estação de comboio do Muro. Neste protocolo, os municípios assumiam abdicar de fundos comunitários para executar a obra.
João Matos Fernandes referiu que o Governo não ia decidir “porque dois ou três dias antes das eleições foi assinado um protocolo que fala da linha para a Trofa”, assinalando ainda que este não tinha sido assinado por nenhum membro do Governo anterior. “O Protocolo de Cooperação prevê um modelo de financiamento que em nada prejudica a vontade expressa do senhor ministro de candidatar ao Plano Juncker obras da segunda e da terceira fase da Metro do Porto. Intenção que, aliás, merece a nossa total concordância. O que não pode deixar de merecer o nosso repúdio é a vontade do ministro do Ambiente de ‘revogar’ um protocolo que menoriza uma injustiça gritante para com as populações da Trofa e da Maia, apenas por razões de cariz partidário”, pode ler-se no comunicado.
Recorde-se que a CCDRN, pouco tempo depois da assinatura do protocolo, fez saber, pelo vice-presidente, Carlos Neves que o documento não passava de um “memorando de interesse”, uma vez que dependia de fundos comunitários e a Comissão Europeia já tinha anunciado que a extensão da linha do Metro não era prioritária. Também, dois dias antes de o protocolo ser tornado público, Pedro Passos Coelho, em campanha eleitoral na Trofa, afirmou que o projeto da linha da Trofa “não estava em cima da mesa” do Governo.
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