Edição 559
Bispo do Porto em visita pastoral ao Muro
Depois de S. Mamede e S. Romão do Coronado, é a vez do Muro abrir as portas ao bispo auxiliar do Porto.
D. Pio Alves iniciou uma visita pastoral na paróquia, numa cerimónia realizada na noite de 9 de fevereiro, no salão nobre da Junta de Freguesia do Muro, onde conheceu as três associações da freguesia: Associação de Pais, Associação Recreativa Juventude do Muro e Muro de Abrigo.
Na receção ao bispo, o pároco do Muro, Rui Alves, elogiou a simplicidade de D. Pio Alves, a quem também destacou “a proximidade ao próximo”. “É muito atento e parece-me que a visita pastoral não deve ser vista, isoladamente, como uma fiscalização, mas sim como uma oportunidade de crescimento na fé”, sublinhou o pároco.
Rui Alves admitiu ter ficado “surpreso” quando, na preparação da visita de D. Pio Alves, se apercebeu que o Muro “tinha apenas três associações” e apelou “a mais união da comunidade para causas comuns”.
Romeu Correia e Fátima Silva, representantes da ARJ Muro e Muro de Abrigo, respetivamente, falaram da dificuldade que é assumir uma direção associativa nos dias que correm, pela banalização da “crítica fácil e infundada”. “Quando dizem que fazemos porque recebemos algo em troca, dói muito”, descreveu Fátima Silva, para explicar o distanciamento das pessoas ao associativismo.
Romeu Correia complementou: “As pessoas têm alergia ao associativismo, pensam que quem trabalha em prol dos outros tem algo a ganhar com isso. Não é verdade. Há maus exemplos, mas não são todos assim. Acho que as pessoas, antes de criticar, deviam praticar”.
D. Pio Alves valorizou o papel do associativismo e deixou uma palavra de apreço por aqueles que se entregam ao voluntariado. “Estar à frente de uma associação exige tempo, dedicação e exposição à crítica, quando de facto, não há uma remuneração financeira. Quem faz muitas coisas não tem muito tempo para reparar, mas quem não faz, tem todo o tempo do mundo para fazer exames à sua volta e descobrir que faria muito melhor, só que não faz”, sublinhou. O bispo auxiliar do Porto destacou ainda a importância das coletividades para evitar que os jovens “cresçam isolados” e acabem “escravizados” numa sociedade “cada vez mais fechada” devido às novas tecnologias.
Este foi o tema que dominou a receção ao bispo, mas que também ficou marcada pelo pedido de Fátima Silva para que “dê uma mãozinha” para que o projeto para a construção da sede da Muro de Abrigo seja contemplado por fundos comunitários do novo quadro Portugal 2020. D. Pio Alves mostrou muitas reticências quanto à capacidade da diocese para conseguir esse intento, mas mostrou “total disponibilidade para ajudar no que for possível”. No final da cerimónia, D. Pio Alves descerrou uma placa alusiva à sua visita à sede da AJ Muro. Até ao fim da semana, o bispo auxiliar do Porto estará no Muro para conhecer as instituições e empresas e estar em contacto com os diferentes grupos paroquia.
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