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Edição 555

Grupo reviveu espírito natalício no Coronado

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Cantares menino Rancho Vale do Coronado 26

Cantares menino Rancho Vale do Coronado 26

Numa aldeia do Coronado, a comunidade prepara-se para “uma grande festa”: o Natal. Enquanto as mulheres, de diferentes estratos sociais e idades, vão à Igreja confessar-se, os homens juntam-se no tasco. Chegado ao dia de Natal, as famílias que viviam em quintas recebiam a visita dos “embrechados” que cantavam as boas festas para receber a sua consoada. Durante a festa de Natal, a comunidade não se esquecia de ir à Igreja cantar ao Menino, fechando esta quadra com o cântico aos Reis. Com o evento “Uma Estrela no Céu – Comunidade, Lar, Religiosidade”, o grupo de Danças e Cantares do Vale do Coronado decidiu “retratar a preparação do povo para uma grande festa, envolvendo a religiosidade dos comportamentos na aldeia”, com o objetivo de “mostrar toda uma envolvência de uma comunidade do Coronado na quadra Natalícia, desde o Advento até aos Reis”.
O espetáculo, que se seguiu a um jantar de feijoada, contou ainda com as atuações do Rancho Etnográfico de Santa Maria de Touguinha (Vila do Conde) e o Grupo Regional de Pampilhosa do Botão (Mealhada).
Depois de ter sido “o primeiro grupo a revitalizar os Cantares ao Menino no Coronado”, Ricardo Oliveira, presidente do grupo de Danças e Cantares do Vale do Coronado, quis “elevar a fasquia” e colocar “na prática” o resultado das recolhas e pesquisas que têm efetuado desde a fundação do grupo. “Só” para preparar o cenário, constituído por uma Igreja, um cruzeiro e cozinha antiga, o grupo precisou de “quase duas semanas”. “Penso que conseguimos superá-la e que, numa próxima vez, vamos elevá-la ainda mais, para cada vez mais demonstrar a génese verdadeira do folclore, que é muito para além de dança e canto, e também toda a envolvência e espírito do lugar”, declarou.
O presidente explicou que decidiu promover esta iniciativa e “marcar pela diferença”, uma vez que “outros grupos decidiram aderir à moda dos Cantares ao Menino”, acabando por “não ser interessante” ter “vários grupos a fazer a mesma coisa”. “Entendemos que devíamos fazer uma retratação de vários textos que ficavam por expor. Nos Cantares ao Menino as pessoas que iam à igreja o que faziam? Sentir-se-iam bem lá dentro? Estavam preparadas espiritualmente para? Decidimos recriar esses espaços, como a ceia de Natal e os comportamentos, porque o Natal não se cantava só na Igreja”, completou.
Numa próxima vez, Ricardo Oliveira promete que vai “mesmo arriscar em retratar até ao mais ínfimo pormenor o que é a quadra natalícia”.
Conselheiras técnicas da Federação de Folclore Português estiveram presentes nesta iniciativa e, no final, transmitiram a Ricardo Oliveira que “a ideia foi boa e diferente” e que “o projeto foi bem idealizado”.

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