Edição 547
Detidos por fraude na atribuição de cartas de condução
Uma rede cobrava “uma quantia monetária” para “fazer aprovar os candidatos em exames teóricos (código)”, com recurso à “utilização de diversos equipamentos tecnológicos para registo de imagem e comunicação rádio com o objetivo de obtenção das respostas corretas”, foi desmantelada pela PJ.
Esta terça-feira, 17 de novembro, a Polícia Judiciária (PJ) desencadeou uma megaoperação, denominada “Megahertz”, contra um esquema de corrupção na obtenção de cartas de condução, centrado na região Norte, que teve como alvos escolas de condução e o centro de exames do Automóvel Clube de Portugal (ACP), no Porto. Foram realizadas “80 buscas domiciliárias e não domiciliárias”, numa operação em que participou “cerca de 150 investigadores”.
A PJ, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), com a colaboração da Diretoria do Norte e no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público (DIAP de Lisboa), deteve “doze homens e duas mulheres, dos quais oito examinadores e seis proprietários e funcionários de escolas de condução, pela prática de crimes de corrupção passiva para ato ilícito, corrupção ativa para ato ilícito e falsificação de documentos”. Os detidos serão presentes a tribunal, para “determinação das medidas de coação”, sendo que “a investigação prossegue com vista à continuação de recolha de prova”.
Em comunicado, o ACP condenou “veementemente” qualquer prática de crime na obtenção de cartas de condução e disse estar a colaborar com a investigação policial em curso, encontrando-se a “colaborar com a investigação, tendo disponibilizado todos os recursos com vista à obtenção de provas”.
Depois de ser associada ao caso por alguns órgãos de comunicação, a Escola de Condução Guiarte emitiu um comunicado na página de Facebook, garantindo que “da Escola de Condução Guiarte nada nem ninguém foi detido, nem nenhuma acusação lhe foi feita”. “A Escola está a funcionar normalmente e bem, como sempre o fez. É de lamentar que pessoas que se levantam às 7 horas e chegam a casa às 23 horas, que não têm férias desde que a escola abriu nem um mísero subsídio de férias, que põem muitas vezes a família de parte em prol do negócio, tenham que acatar com estas acusações por quererem apenas trabalhar para ganhar a vida. Um bem haja a quem nos apoia e nos tem vindo a apoiar desde sempre”, pode ler-se no comunicado.
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