Espetáculos
Festival Vodafone Paredes de Coura 2015 2º Dia
O segundo dia da edição 2015 do Festival Vodafone Paredes de Coura tinha começado cedo com o Palco Jazz a apresentar propostas refrescantes e originais com a poesia de Matilde Campilho e com a música dos Macadame e de Núria Graham, num formato que é o enquadramento perfeito para as tardes de relaxamento nas margens do rio Coura.
Já no recinto maior da música, e no palco Vodafone.FM as celebrações da música iniciaram-se com as espanholas Hinds (que até já se chamaram Deers). Simpatia qb e comunicação com o público marcaram o concerto das madrilenas.
No Palco Vodafone, a noite de concertos abriu com os portugueses Peixe : Avião que trouxeram na bagagem o seu pop rock eletrónico onde a voz frágil de Ronaldo Fonseca cativou. A banda de Braga, que tem já um novo disco prometido, atuou perante um público que apesar presente estava certamente a recarregar baterias para os concertos mais esperados daquela noite.
De volta ao Palco secundário encontramos os australianos Pond, que partilha(ra)m elementos com os cabeça de cartaz da noite, e que atuaram perante uma enchente um pouco incomum para um fim de tarde em Paredes de Coura. Rock e funk qb levaram os festivaleiros a repetidas atividades de crowdsurfing. Confessaram estar maravilhados com as margens do rio e com a vinda até Coura. Elvis Flaming Star e Outside is the Right Side destacaram-se no alinhamento.
Steve Gunn subiu ao Palco Vodafone por volta das 19.50 horas, depois de ter atuado durante a tarde junto ao Museu Regional de Paredes de Coura numa das Vodafone Music Sessiosn. A guitarra eléctrica a substituir a acústica deu a Gunn uma maior presença vocal. O cantor americano, que confessa ter aprendido a cantar para acompanhar a guitarra, esforçou-se para conquistar a imensa massa humana que já se encontrava no recinto. No entanto, o seu indie folk acabou por marcar uma atuação um pouco aquém do esperado, exceto nos momentos de maior enfoque no rock improvisado.
Do outro lado do recinto White Fence destilavam punk rock, apelando uma vez mais às ondas de crowdsurfing. Mais uma vez de notar os muitos festivaleiros num concerto no Palco Vodafone.Fm.
No palco Vodafone seguiu-se Father John Misty, já a noite tinha caído nas terras minhotas. Um concerto muito esperado a avaliar pela reação quase histérica de muitos fãs presentes. E a atuação do Americano não desfraldou expetativas. 60 minutos de uma irreverente e energética atuação, com um qb de sensualidade musical que contagiou todos os presentes. Joshua Tillman de nome, deixa no ar a dúvida, é cantor, compositor, músico, padre, pastor ou um amante dos prazeres canais? Ou é tudo isso num só? Não sabemos e não nos interessa, até porque o norte-americano deu tudo em palco, show de rock / folk, revestido de muita sensualidade, e com idas à grade. Strange Encounter, Only Son of a Ladies Man, The Night Josh Tillman Came to Our Apartment, I’m Writing a Novel, Bored in the USA, Hollywood Forever Cemetery Sings e This Is Sally Hatchet foram temas escutados durante um concerto que ficará na memória dos festivaleiros do Vodafone Paredes de Coura 2015.
De volta ao palco secundário encontramos os Iceage, vindos de Copenhaga e senhores de uma discografia de três álbuns. Punk rock agressivo e sem rodeios, onde um jovem de 23 anos, Elias Bender Rønnenfelt, provoca, agita e destila energia. Glassy Eyed, Dormant and Veiled, White Rune e Forever foram temas escutados.
The Legendary Tigerman, projeto de Paulo Furtado, surgiu no palco principal pouco passava das 23:00. Mais um concerto muito acarinhado e esperado num regresso de Paulo Furtado a Coura, onde já atuou noutros formatos, como WrayGunn ou Tédio Boys. Num formato mis alargado, com João Cabrita no saxofone, Paulo Segadães na bateria e Filipe Costa nos teclados, Paulo Furtado não deixou os créditos por mãos (voz) alheias e agarrou a atenção das 25 mil pessoas que estavam ali para Tame Impala. Please Come Home, Storm Over Paradise,Green Onions, These Boots Are Made For Walkin, Naked Blues e 21st Century Rock’n’Roll foram temas muito celebrados num genuíno elogio ao Rock’n’Roll que ocorrou ao longo de 60 minutos e que acbou em êxtase coletivo. No final com a repetição à exaustão da palavra Rock’n’Roll, Furtado junta-se ao público das primeiras filas para voltar um pouco depois ao palco, mas privado do seu microfone. Um fã continuava a debitar sem parar o mote Rock’n’Roll fechando assim o concerto daquele que seria coroado o senhor do palco Vodafone nesta segunda noite do Festival.
Os Tame Impala, a banda mais aguardados na segunda noite do festival, são dois teclistas, um baixista, um baterista e um guitarrista/vocalista. A entrada triunfal da banda ocorreu já próximo das 01:00 e cativou desde logo a atenção de todos os presentes no recinto. Escutaram-se temas da discografia rock, synth pop, com psicadelismo qb como Let it happen, The Moment, Elephant (a canção mais spot on da banda), It’s Not Meant To Be e o muito celebrado Feels Like We Only Go Backwards, num muito celebrado encore num concerto que cumpriu.
O habitual after hours contou com as presenças de Nuno Lopes, um habitual nas paragens de Coura, e Os Mirror People.
Texto: Joana Vaz Teixeira
Foto: Paulo Homem de Melo
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