Edição 520
Opinião: Há muitas formas de genocídio…
A palavra genocídio tem em si uma conotação pesada, é geralmente utilizada para definir como o assassinato deliberado de pessoas motivado por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e, por vezes, sociopolíticas, segundo definido por alguma engenharia social. A engenharia social é um conceito de ciência política que se refere a iniciativas de influência popular, atitudes e comportamento social em larga escala, tanto por governos ou grupos privados. No fundo, todas as governanças e todas as leis que têm o efeito modificador na mudança comportamental.
Recentemente, o Papa Francisco surpreendeu o mundo a, sem medo, e contra a corrente económica dominante, fazer jus à História, mesmo que 100 anos depois, apelidando de genocídio a morte de cerca de 1,5 milhões de arménios, em 1915, pelo Império Otomano (estado Turco que existiu entre 1299 e 1922). As palavras do Papa Francisco criaram um incidente diplomático, pois apesar de se ter tratado de um genocídio, o governo Turco insiste em mascarar a realidade dos acontecimentos, fugindo do termo como o “diabo da cruz”, procurando demarcar-se das lembranças do Holocausto que se lhe seguiu, em que a Alemanha nazista (1939-1945) dizimou mais de 6 milhões de judeus.
As políticas económicas de austeridade seguidas na Europa, interessando-me a mim o caso português por motivos óbvios, estão a levar a uma forma mais ampla de encarar o termo genocídio, se não vejamos, com números concretos:
Atualmente em Portugal somos cerca de 10 milhões. A natalidade nos últimos 20 anos (período da venda da nossa soberania) caiu para níveis historicamente baixos de 1.2 ou seja, cada duas pessoas dará lugar a sensivelmente metade. Tal decréscimo tem origem apenas nas dificuldades económicas, já que um recente estudo indicou que os casais portugueses são propensos à procriação tendo evidenciado que, por opção de felicidade de vida, cada casal daria origem a 2.3, marca que se cifra acima dos 2.1 necessários para o crescimento demográfico. Esta abrupta queda da natalidade “mata” o estado social em Portugal já que daqui a 25 anos, lá para 2040 (ainda dentro do meu período ativo, espero eu), por cada 100 reformados existirão apenas 100 trabalhadores. Por essa década de 40, a população portuguesa terá decrescido para os 6 milhões (ver taxa de natalidade atual).
Apesar de a Europa globalmente se manter num ciclo de crescimento liderado pela Irlanda, logo seguido da França e Reino Unido, o caso português deve preocupar os portugueses! Dentro de poucos anos não haverá dinheiro para pagar reformas aos mais idosos, as crianças regressarão às fracas condições escolares da década de 70 do século passado, a função pública terá menos pessoas, entre outras espirais de perda de qualidade social, com o sentimento português da saudade a regressar, dado o aumento da emigração que já se vem evidenciando.
Se os discursos políticos fossem sérios, as políticas de natalidade, para minimizar o que se afigura, entrariam na primeira linha dos programas eleitorais, pois esta realidade impõe medidas estruturais. Só não vê quem é cego, só não percebe quem é estúpido!
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