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Edição 517

Opinião: As contradições do senhor presidente

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Joao mendes

Certas coisas são difíceis de explicar. Principalmente quando determinadas notícias que vão surgindo, obras que se vão materializando e discursos optimistas se disseminam nos remetem para um cenário de quase plena realização dos objectivos traçados. Contudo, existe uma aparente contradição entre a elevação que caracteriza grande parte do discurso do presidente Sérgio Humberto, e algumas declarações por si proferidas no decorrer da Assembleia Municipal de 27 de Fevereiro passado.
Para além da acusação infeliz, populista e absolutamente demagógica que o autarca dirigiu ao anterior executivo socialista, quando em alusão directa ao desfecho das Autárquicas referiu que “a ditadura aqui na Trofa também já acabou em 28 de Setembro de 2013”, Sérgio Humberto teve, no meu entender, duas intervenções que não dignificam o cargo que ocupa. Duas intervenções que revelam uma aparente incapacidade de lidar com a crítica e que configuram uma tremenda falta de respeito por cidadãos trofenses que o presidente representa e em prol de quem trabalha.

A primeira destas intervenções prende-se com a hostilidade com que o autarca “convidou” quem não concorda com a análise que faz de alguns temas, nomeadamente a solução encontrada para o congestionamento do trânsito no centro da Trofa, a “emigrar” para Santo Tirso. Enquanto trofense que se vê obrigado a atravessar a zona mais crítica da EN14 diariamente, entendo que a solução “circular” é aceitável e representa uma alternativa, algo que os seus antecessores foram incapazes de conseguir. Porém, esta solução está longe de ser a solução desejada. Por um lado porque descarta por completo a luta de tantos anos por uma verdadeira variante, luta essa que foi em tempos uma bandeira do seu partido. Por outro lado, e conforme foi já referido por algumas personalidades de diferentes quadrantes, porque esta solução irá criar um novo ponto de congestionamento nas imediações de uma zona habitacional altamente povoada onde existe também uma escola. A incapacidade de lidar de forma coerente com estas críticas demonstra alguma falta de maturidade democrática da parte do senhor presidente.

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A outra intervenção do autarca que se reveste de particular gravidade é aquela em que o autarca refere, em absoluta falta de respeito pelos profissionais que fazem este jornal e pelos colunistas que aqui opinam sobre diferentes assuntos, que “também a população da Trofa não é enganada por jornais locais que a única verdade que lá tem é a data. Se fosse hoje era 27 de Fevereiro de 2015. Era a única verdade que lá está infelizmente”. Sabendo o caro leitor que existem apenas dois jornais no nosso concelho, sendo que um deles foi peça fundamental na campanha eleitoral que levou Sérgio Humberto ao poder, e cuja empresa que o deteve até há bem pouco tempo recebeu um ajuste directo no valor de aproximadamente 24 mil euros, estas críticas visam obviamente o jornal O Notícias da Trofa. E não há margem para dúvidas: segundo o senhor presidente, somos todos uns aldrabões. Só a data escapa. Para quem começou a sua intervenção com “um apelo para que haja respeito pela Trofa e por todos os trofenses”, Sérgio Humberto deveria levar mais a sério aquilo que diz e efectivamente respeitar TODOS os trofenses. Ruído, difamação e críticas destrutivas não dignificam a sua função. Será que o senhor presidente leu o recente artigo de opinião da presidente da Assembleia Municipal?

João Mendes

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