Espetáculos
Sérgio Godinho no Rivoli Foto-Reportagem
Na noite de dia 1 de Novembro, Sérgio Godinho regressou ao palco do Teatro Municipal Rivoli, passados que estavam mais de 15 anos desde que aí gravou parte de Rivolitz. Desta vez a atuação ficou a dever-se à apresentação do seu novo disco, Liberdade, captado em Abril passado aquando da passagem do espetáculo por várias salas nacionais, e que celebra através da obra de Sérgio Godinho, os 40 anos do Portugal democrático, e reúne canções emblemáticas do carismático cantautor. Em comum, as canções têm o conceito da liberdade, que seria alvo de vários apelos ao longo do concerto.
Com um Sérgio Godinho que trajava camisa e calças pretas, subiram ao palco Nuno Rafael (guitarras, percussões, coros) Miguel Fevereiro (guitarras, coros), Nuno Espirito Santo (baixo), João Cardoso (teclado, coros) e Sérgio Nascimento (bateria, percussões). Com a palavra LIBERDADE em destaque num cenário predominantemente escuro, Godinho e os músicos acompanhantes, abriram o concerto com Foi aos 25 Dias de Abril, tema composto em parceria com Jorge Constante Pereira e que tem uma vertente infantil (a canção seria de novo recuperada perto do fim do concerto).Seguiram-se Já Joguei Boxe, O Acesso Bloqueado, Liberdade (que, sem surpresas, arrancou sentidas e fortes palmas, até mesmo do próprio músico), Foi a Trabalhar, Maré Alta, Fotos do Fogo e Lisboa que Amanhece.
O público reagiu entusiasmado, cantando refrões e letras inteiras sem ser tímido na hora de aplaudir. Godinho, animado e bastante simpático, retribuiu ao fazer pequenos discursos entre músicas.
A rapper Capicua foi a convidada especial e, apesar do nervosismo confesso e de atuar perante um público que não é o seu, teve uma prova mais que superada, acrescentando mais um belo capítulo numa carreira que tem tido 2014 como ano maior. Com Godinho cantou Pode Alguém ser Quem não é e Elixir da Eterna Juventude. Os papéis inverteram-se de seguida e Godinho cantou com Capicua o sucesso de verão da portuense, o hit Vayorken.
Maça com Bicho, numa clara declaração anti-praxe reclamou muitos aplausos do público que estava na sala do Rivoli. Seguiram-se Na Rua António Maria (tema de Zeca Afonso nunca antes gravado), Os Vampiros (hino de Zeca Afonso), O Fugitivo, Espalhem a Notícia, Etelvina, Tem o Seu Preço (em estreia) e Quatro Quadras Soltas, para fechar o alinhamento incial.
Os músicos voltaram para dois encores, sendo o primeiro dedicado a Que Força é Essa, Foi aos 25 Dias de Abril, A Democracia e O Primeiro Dia, e ficando para o fecho do concerto, os temas A Noite Passada e Liberdade + Sophia, com uma espécie de elogio à escritora Sophia de Melo Breyner e com o regresso ao palco de Capicua.
Inicialmente com apenas uma apresentação prevista para a noite de dia 1, rapidamente surgiu uma segunda data para a matiné de domingo, fazendo face à procura de bilhetes por parte do público do Norte. No dia 22 de Novembro Sérgio Godinho leva o seu espetáculo Liberdade ao Coliseu dos Recreios.
Texto: Joana Vaz Teixeira
Fotos: Miguel Pereira
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