Edição 488
Setembro
Chegamos a mais um Setembro. Depois do Verão, das férias e da respectiva “silly season”, a rotina diária recomeça como uma nova vida, com a chamada rentrée . Mas este ano, para além de um verão intermitente, a “silly season” também foi um pouco estranha. Este Verão foi particularmente conturbado. Tivemos uma metamorfose de um banco larva (BES) para borboleta (Novo Banco), mais uma agressão na Faixa de Gaza, o agudizar do conflito na Ucrânia, a ascensão do Estado Islâmico (EI), o Ébola e mais um Orçamento Rectificativo.
A rentrée nacional é marcada principalmente pelo novo ano escolar e pela abertura do ano judicial. Na educação, os problemas repetem-se de ano para ano. O exterminador Crato não descansa da sua cruzada contra os professores e contra a escola pública, bem visível no concurso de colocação dos professores e na continuação dos cortes na educação, nomeadamente no ensino superior.
Mais conturbado do que em anos anteriores, está a ser a abertura do ano judicial. Para além de ficarmos a saber que o Ministério da Justiça usa um site construído em 1999, a recente reforma do mapa judiciário é um bom exemplo do campo das decisões técnicas sem qualquer fundamento para o futuro de Portugal, principalmente para as regiões do interior. Podemos já imaginar uma reportagem, realizada daqui a 10 anos, num concelho transmontano, onde se noticie novamente a desertificação e as causas da mesma: não há hospitais, escolas, correios, finanças ou tribunais. Os laços das populações com o estado central e com a república estão a ser perigosamente destruídos.
A política internacional está a ser marcada pelos cessar-fogo alcançados na faixa de Gaza e na Ucrânia, e pelas atrocidades diárias cometidas pelos EI. Estes jihadistas, outrora rebeldes libertadores da Síria, parecem personagens transportados directamente do século X. Se na aparência mostram semelhanças com uma seita religiosa, o EI já é capaz, como qualquer estado, de assegurar serviços e matérias relacionadas com o bem-estar. E de onde vem o financiamento? O armamento? O treino militar? Como conseguiram em tão pouco tempo estender o seu domínio ao Iraque?
Assunto que marcará a agenda europeia nas próximas semanas, o referendo pela independência da Escócia que se realizará no próximo dia 18 poderá, no caso de ganhar o sim, dar vida às regiões que lutam pela autodeterminação (País Basco, Catalunha, Córsega), reabrir velhas feridas (Alsácia, norte de Itália) ou a simples implosão (Bélgica). Veremos como reage a Europa.
Porém, a rentrée não deixa de ter o seu lado mais ligeiro. Na universidade de verão do PSD aparecem sempre as cátedras do bloco central a mandarem opiniões para instruírem os jotinhas. Talvez José Sócrates devesse aparecer para fazer mais umas cadeiras, de preferência ao domingo. No luta interna do PS, as televisões pediram à NASA o acesso ao Telescópio espacial Hubble para descobrir as diferenças entre António José Seguro e António Costa. Se os mortos não bebem, no PS votam.
September’s here again
(Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico)
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