Espetáculos
Festival Vodafone Paredes de Coura 2014 4ºDia Foto-Reportagem
O Festival Vodafone Paredes de Coura arrancou para o último dia de concertos com propostas nacionais em ambos os palcos. Sequin (alter ego de Ana Miró), acompanhada de um baixista e um teclista, desfilou as suas canções synth-pop, no palco Vodafone FM, recorrendo à sua voz e com a ajuda de um teclado. Num concerto muito dedicado a Penelope, o trabalho de estreia de Sequin (produção de Moullinex) que foi interpretado quase na íntegra, Ana agradeceu a presença de todos os que preferiram vê-la e escutá-la a tomar banhos de rio e sol.
Um pouco mais tarde os Sensible Soccers destilaram a sua música instrumental e psicadélica, num sempre curioso embate de sintetizadores e guitarras. Tendo o psicadelismo como denominador comum, não escondem o gosto pelas melodias pop, mas na construção dos seus temas há um afastamento do formato tradicional de canção, e uma opção por estruturas e arranjos em progressão. Um anfiteatro já muito bem composto aplaudiu o quarteto sediado em Fornelo e constituído por Emanuel Botelho, Hugo Alfredo Gomes, Filipe Azevedo e Manuel Justo e pareceu agradado com a atuação.
De volta ao Palco Vodafone FM fomos encontrar os The Dodos. A banda norte-americana afirmou cedo: “Esta é a última data da nossa digressão europeia e não podíamos imaginar melhor forma de terminá-la”. Logan Kroeber e Meric Long deram um concerto ligados à corrente, de rajada, destilando guitarradas e com forte embate na bateria. Uma atuação intensa, energética e que cativou os festivaleiros que os escutaram e que iam aumentando à medida que o concerto avançava.
Ainda havia luz natural no recinto quando Kurt Vile and the Violators subiram ao Palco Vodafone. Vile voltou a Paredes de Coura, onde tinha atuado em 2011, desta feita com a sua banda, tendo acrescentado à sua bagagem discográfica o álbum Walkin in a Pretty Daze (em 2011 andava em promoção de Smoke Ring for my Halo). A Girl Called Alex, Puppet To The Man, On Tour e Jesus Fever foram alguns dos temas tocados pela banda. A falta de comunicação com o público (em que nem a cara de Kurt se via, visto estar tapada pelos seus longos cabelos encaracolados) talvez tenha afastado o público, principalmente quando começou novo concerto no palco secundário.
Hamilton Leithauser, ex-vocalista dos Walkmen, veio até Portugal apresentar o seu trabalho de estreia a solo, Black Hours. Recebeu-o um palco Vodafone FM com bastante público. O norte-americano, acompanhado de um trio (guitarra, baixo, bateria), não desiludiu com a sua postura segura. Com uma voz de reconhecida qualidade, Hamilton impressionou. Alexandra, I Retired, 5 AM, All or Nothing at All (original de Frank Sinatra), Never Love Again e Don’t Go Home With Your Hard-on ( Leonard Cohen) foram temas escutados num concerto que fez o público ficar com vontade de o rever.
Os californianos The Growlers trouxeram ao público do festival muita animação e entretenimento, por entre as suas músicas de garage rock psicadélico. A banda, e o vocalista em particular, parecem em estado permanente de embriaguez (seja lá de que substância for), e a sua atuação acaba por ser um espetáculo que fez sorrir e dançar, numa espécie de comédia-musical-e-atuação-ao-vivo. Da fila da frente saltaram para o palco alguns fãs vestidos de animais: um par de crocodilos tinha um cartaz com um pedido: Let us crocodance with you. A animação em palco esteve ao rubro e tudo acabaria em mergulho do palco para a plateia. Aplausos simpáticos no final da atuação.
Percussão com rasgos tribais e duas vocalistas sempre a vibrar, com máscaras na cara e penas na cabeça, os Goat fazem vir à cabeça tribos africanas ou ambientes sul-americanos. Que sejam da Suécia espanta à partida. Uma atuação vibrante, com toques de transe que captou bastante público, que curioso foi aderindo ao apelo psicadélico dos suecos que contam com World Music (2012) e Live Ballroom (2013) na discografia e que foram sem dúvida uma interessante adição ao cartaz do festival.
Os Beirut seguiram-se no Palco Vodafone. A banda de Zach Condon, bem conhecida do público português, distribuiu-se pelo palco por entre teclado, bateria, acordeão e metais. No início da atuação dos norte-americanos foi difícil ignorar o som que chegava do Palco Vodafone FM. Mas quando este terminou, foi bonito de ver o recinto de Paredes de Coura numa massa imensa de gente, que pé ou sentada no anfiteatro natural do recinto, escutava com atenção o concerto dos Beirut. Música mais intimista e calma do que aquela que Coura geralmente celebra, foi arrepiante ver a receção que os Beirut causaram: havia atenção, olhos fixos em placo, um sentir daquelas melodias. Os aplausos foram sentidos e em grande intensidade. Postcards from Italy, East Harlem, The Shrew, Elephant Gun, A Sunday Smile e Scenic World foram alguns dos temas escutados mais celebrados.
O fenómeno britânico James Blake fechou as hostilidades do palco principal, do Vodafone Paredes de Coura e teve a honra de fechar os concertos deste ano. Com um início mais acelerado a que a sua eletrónica de introspeção nos habitou, Blake rapidamente regressou à seu som mais caraterístico. Iluminado por dois focos e quase sozinho com os seus teclados e voz, James Blake tocou temas como I Never Learnt To Share, Limit To Your Love e The Wilhelm Scream. “Acho que consigo ver-vos a todos. Obrigado por me receberem” declarou Blake logo no início do concerto. O entusiasmo e dedicação de Blake não são questionáveis, nem a sua belíssima voz. No entanto, a sua eletrónica introspetiva não entusiasmou por igual todo o público. Se nas filas da frente, as suas admiradoras vibraram com todos os momentos da atuação, o alheamento terá caracterizado as filas mais traseiras, com alguns festivaleiros a abandonarem o recinto durante o decorrer do concerto.
O fim da festa ficou a cargo do DJ set de 1-800 Dinosaur (James Blake + Dan Foat + Airhead + Mr Assister).
Em comunicado oficial a organização, a cargo da Ritmos, confirmou esta como a “mais concorrida edição de sempre do Vodafone Paredes de Coura” em que “mais de 100 mil pessoas passaram pelo recinto da Praia Fluvial do Taboão, ao longo de quatro dias de festival”. Com mais de vinte anos a parceria entre Ritmos e o Município de Paredes de Coura será aprofundada no sentido de melhorar as condições de comodidade durante o Festival. Pelo segundo ano consecutivo, a Vodafone e a Ritmos reconhecem a parceria como um êxito, considerando “a presença da marca como mais do que um patrocínio oficial, pela oportunidade de continuar a fazer crescer o Festival com qualidade”.
As datas para a edição do próximo ano foram entretanto confirmadas. Em 2015 o Vodafone Paredes de Coura decorrerá entre 19 e 22 de Agosto.
Texto: Joana Vaz Teixeira
Fotos: Miguel Pereira
Fotogaleria (clica nas imagens para aumentar)
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