Edição 474
Primeira edição da Festa de Rua com mais de 50 expositores
A Praceta de S. Cristóvão foi palco da primeira Festa de Rua do Muro, nos dias 17 e 18 de maio. Iniciativa foi promovida pela Junta de Freguesia.
Diz quem o fez que é de colheita selecionada e que uma vez aberto, rapidamente se esvazia. O vinho verde da propriedade de “Armando e Gaio” adotou o nome da Festa de Rua do Muro e foi presença VIP no evento da Junta de Freguesia, chamando a atenção juntamente com as acompanhantes: a broa… de milho e as chouriças.
O vinho, segundo António Silva, Gaio para os amigos, foi feito “segundo métodos muito antigos” e no primeiro dia de festa já poucas garrafas restavam das 300 que foram enchidas. “Só um restaurante levou 150”, contou.
O cheiro dos enchidos denunciava a natureza: feitos por uma “senhora de idade”, que cria porcos e faz as chouriças “exatamente como há 50 anos”. E para apurar ainda mais o pecado da gula: “A broa feito por uma receita da minha avó. Pode abri-la hoje e comê-la daqui a 15 dias, que estará fresca”. Apesar das tentativas, António Silva recusou-se a revelar o segredo. “Talvez numa próxima edição”, esperançou.
Ao lado desta banca, morava a de António Correia, murense orgulhoso que deu a conhecer o novo conceito de negócio: o “Cabaz Sopas e Saladas”, que tenta acudir as pessoas que não têm tempo de ir às compras. Com o valor de cinco euros, pode receber em casa um cabaz hortícola com batatas, pepinos, pimentos, cebolas, couve-coração, alface e tomates. Correia assegura que “o preço do cabaz fica mais baixo do que num hipermercado”, já para não falar da “relação preço-qualidade”, sublinhou.
Ainda a dar a conhecer o negócio, António Correia considera que este é “um conceito que vai devagar”, mas garante que “quem compra fica cliente, porque a qualidade dos produtos é boa”.
O murense foi um dos mais de 50 expositores que participaram na Festa de Rua, que deu dinâmica ao habitual ambiente apático da Praceta de S. Cristóvão, no Muro. Mas nem só de comida se fez o evento. Houve quem aproveitasse a ocasião para expor e vender artigos de artesanato, enquanto as associações da freguesia participaram para angariar fundos.
Trata-se de mais uma política social da Junta de Freguesia do Muro que passou o betão “para segundo plano”, preferindo criar oportunidades para que “as pessoas saiam de casa e mostrem o que gostam de fazer”, explicou Conceição Campos, elemento do executivo. “Queremos o convívio da freguesia, mas também abrimos ao público do concelho e até de fora, como Ribeirão (Famalicão) e Porto. Também tencionamos incentivar o comércio local e o facto de a participação ter sido gratuita fez com que as pessoas aderissem. Tivemos 57 expositores”, afirmou, antes de revelar que os custos para a Junta “foram poucos, apenas com a instalação do palco e do som”.
O executivo da Junta de Freguesia considera que a política adotada está a “ter sucesso”. “Já nos perguntam qual e quando vai ser o próximo evento”, contou.
A animação da Festa de Rua esteve a cargo das associações da freguesia. Na noite do primeiro dia, houve também um desfile de moda e música popular. O recinto foi ainda palco de uma exposição de bicicletas, motas e carros antigos e de uma atuação de teatro de rua.
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