Ano 2007
A democracia (participativa) na Trofa
Há pouco mais de trinta e três anos, o povo português foi capaz de por fim à ditadura que durante quase meio século foi responsável pelas mais repugnantes barbaridades, torturas e desumanidades por que o nosso povo já passou.
Naturalmente que ao escrever sobre democracia na Trofa, não quero fazer nenhuma comparação com o regime anterior. Contudo, a democracia não se reduz ao simples acto de votar para escolher que irá governar os destinos do país, do concelho ou da freguesia.
A democracia é participação popular na vida de uma sociedade e quem é eleito não pode esquecer esta vertente fundamental.
Este é um dos maiores erros da gestão do PSD/Bernardino Vasconcelos a que o único partido da oposição com representação na Câmara (o PS) não tem dado a devida resposta desiludindo muitos dos que acreditaram que podia passar por ali uma alternativa real.
Vamos aos exemplos concretos.
Nesta tentativa de afastar a população da discussão e do acompanhamento de um dos principais assuntos do concelho, elaboração do PDM (Plano Director Municipal), o PSD vai ainda mais longe e impede o funcionamento da comissão de acompanhamento formada na assembleia municipal.
Com esta atitude, a câmara desgasta-se e alimenta especulações que vão surgindo na "praça pública" sobre alegados interesses e sobre alegados jogos de influências.
Se o processo de elaboração do PDM está a decorrer dentro da normalidade, porquê que o presidente da Câmara prometeu que o teria pronto em 2001?
Se o processo está a correr de forma correcta e sem ceder a pressões nem há intenção de favorecer a especulação imobiliária, porquê que não reúne a comissão de acompanhamento que tem representantes de todos os partidos?
O outro exemplo que retrata a estratégia seguida por quem está no poder na câmara é a forma como impuseram a localização dos paços do concelho.
Abusando da maioria absoluta, aprovou uma localização para a qual garantia ter estudos sem que nunca os tivesse mostrado!
Do ponto de vista da valorização da democracia e dos cidadãos, torna-se ainda mais grave pelo facto de muitos eleitores terem sido convencidos de que se o PSD ganhasse as eleições autárquicas de 2005, os paços do concelho seriam construídos noutro local!
A esta trapalhada só a CDU disse que não! Já o PSD, o PS e o CDS-PP aprovaram algo que era sustentado por estudos que ainda hoje não viram!
Por fim a forma como quem gere a câmara conduziu todo o processo relacionado com o Metro e com a Variante rodoviária.
Nestes casos quem governa a câmara não soube tirar proveito do que esta terra tem de melhor: o seu povo.
Muitos são os exemplos em que a população se uniu e "bateu o pé". Nestas oito freguesias há um espírito reivindicativo, uma grande capacidade empreendedora e um enorme desejo de ver este jovem concelho desenvolver-se. Mas quem dirige a câmara teve medo de voltar a trazer o povo para a rua. Quem dirige a câmara foi-se perdendo em telefonemas e em reuniões com os ajudantes dos secretários dos ministros.
Quando nos quiseram impor os muros a dividir a cidade, o povo saiu à rua a exigir outra solução; quando quiseram destruir terrenos cultiváveis com plataforma logística, o povo impôs-se e minimizou os efeitos…
Agora fomos tratados como um concelho de menor importância pelos governos do PSD/CDS e pelo actual governo do PS. A câmara foi gerindo (mal) estes processos mas teve sempre como principal preocupação afastar a população das discussões. Para tal diziam que estava "tudo bem encaminhado."
Hoje, quando o metro deveria ter chegado à Trofa há mais de três anos e quando a variante deveria estar concluída há mais de dois anos, vemos a câmara espalhar tristes cartazes propagandísticos e tentar colher os louros do que não fez!
É obvio que algum dia a variante seria concluída, é obvio que algum dia o metro chegaria à Trofa!
Mas já não é natural ter a linha electrificada provisoriamente quando se prometeu que isso não iria acontecer. Também não é natural estarmos há tantos anos sem o comboio da via estreita e o Metro ainda ser uma miragem!
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