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Edição 465

Uma viagem no mar tempestuoso do passado

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Já lá vão alguns milhões de anos, que surgiu na Terra um ser mais parecido com um macaco do que com um homem, o «homo habilis», que poderá ter dado origem, passados mais alguns milhões de anos, ao «homo erectus», muito mais parecido com aquilo que somos hoje. Numa fase muito mais recente, há perto de 500 mil anos, surgiu o «homo neanderthalensis», o primeiro ser humano como hoje é conhecido, que mais tarde foi extinto, dando lugar ao «homo sapiens», que é o ser que somos hoje.

Provavelmente, daqui a alguns milhares ou milhões de anos, ninguém sabe ao certo, o ser humano será bem diferente do que é hoje. É a evolução, que não tem parado, nem parará, com a certeza que o futuro pertence-nos, pois somos uma espécie sem igual. Para o bem e para o mal, o ser humano, que teve o seu início num mundo cheio de perigos e ameaças que o transformaram numa criatura dominante, possui uma forte capacidade mental, tem habilidade para desenvolver utensílios, distingue-se dos outros animais por agir com racionalidade e sabe como adquirir conhecimento, tão importante para a sua evolução.

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Fomos nós que descobrimos o fogo, fizemos a roda, desenvolvemos a agricultura, construímos as cidades, inventamos o comércio e dominamos a arte da guerra. Ao mergulharmos na história da humanidade verificamos que vivemos num mundo estranho, pois foram muitos os crimes cometidos contra a humanidade, ao longo dos tempos. Alguns exemplos que nos devem envergonhar: o Holocausto de 1939-1945 em que os alemães mataram à volta de 6 milhões de judeus; o Holodomor (genocídio ucraniano) de 1932-1933 em que a União Soviética matou 5 a 6 milhões de ucranianos; o Sangue no Camboja de 1975-1979, em que foram mortos, pelo Kmer Vermelho, perto de 2 milhões de seres humanos; o Holocausto arménio de 1915 a 1917, quando o Império Turco-Otomano matou 1,5 milhões de arménios; o Massacre em Ruanda, abril de 1994, em que foram mortos, pelas Milícias hútus, perto de 1 milhão de tútsis; o Porajamos, a caçada a ciganos de 1939-1945, em que os Nazis mataram meio milhão de ciganos; o Terror em Timor-Leste de 1975 a 1979 em que a tropas indonésias mataram perto de 150 mil timorenes. Mas não foram só estes, os crimes horrendos contra a humanidade; houve muitos mais. É uma parte da história da humanidade na sua pior faceta.

Ao viajar no mar tempestuoso do passado, verificamos que o ser humano sempre passou as suas habilidades e conhecimentos para as gerações seguintes. Por isso mesmo é muito importante fazer prevalecer o que de mais nobre tem a nossa herança genética, transmitida com orgulho pelos nossos antepassados e que nós, vaidosamente, transmitimos na nossa sementeira aos nossos herdeiros e os nossos filhos transmitirão aos vindouros.

Os avanços de cada geração acabam por ser infirmados pela tecnologia da geração seguinte. É a roda da vida na sua nobre missão de assegurar a continuidade da humanidade, cada um carregando com o seu fardo, mas sempre com as luzes da esperança a tremeluzir, sem se apagarem.

José Maria Moreira da Silva
moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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