Ano 2006
Dia Internacional da Mulher assinalado na Trofa
O Dia da Mulher foi comemorado a nível internacional no passado dia 8 de Março, não sendo o Concelho da Trofa excepção.
A Câmara Municipal, através do Pelouro de Acção Social, organizou um mega almoço reunindo mulheres de todas as freguesias do Concelho. Cada participante custeou a sua refeição, ficando o transporte a cargo da autarquia. Para além do almoço, as mais de 200 mulheres, com mais de 55 anos, tiveram a oportunidade de conviver e reflectir sobre o papel e as condições das mulheres na sociedade actual. Contaram ainda com a presença de uma tuna universitária, que animou o convívio, e as flores para todas as participantes não poderiam faltar num dia em que “Elas” são o centro de todas as atenções.
Um outro evento teve lugar no Concelho. A autarquia trofense convidou Giovani D’Amore para cantar grandes êxitos de Amália Rodrigues, no salão nobre dos Bombeiros da Trofa. Foi um espectáculo inédito de fado e ópera com o intuito de homenagear todas as mulheres do Concelho.
Giovani D’Amore, Tenor e amigo de Amália Rodrigues, fez-se acompanhar dos músicos privativos da fadista e prestou homenagem à diva através do disco e do espectáculo “Flores para Amália”. Os presentes, em especial as senhoras, puderam ouvir grandes êxitos como “Uma Casa Portuguesa” interpretados como uma fusão do estilo popular do fado e o clássico da ópera.
O dia 9 de Março foi ainda uma extensão do dia Internacional da Mulher, uma vez que foi organizada uma tertúlia, decorrida no Trofashopping, intitulada “Ser Mulher” que contou com o discurso directo de três mulheres de sucesso. Micaela Oliveira, estilista já consagrada a nível nacional, Isabel Cruz, professora investigadora na área da Educação, ambas trofenses, e ainda Teresa Rosmaninho, Presidente da Soroptimist Internacional Porto “Invicta”, uma instituição que trabalha diariamente no acompanhamento e inserção de mulheres.
Temas como a realidade das mulheres trofenses e, em geral, das mulheres portuguesas, a igualdade na vida activa entre homens e mulheres e a necessidade da sociedade providenciar apoios específicos destinados à família, foram abordados na tertúlia.
Nesta data, muitas entidades a nível nacional aproveitaram para reflectir sobre o caminho a seguir para atingir a igualdade entre as mulheres e os homens no mercado de trabalho português. A principal etapa a seguir, concluiu-se, é a mudança de mentalidades e com ela o apoio social, criando-se mais oferta de serviços de apoio às mulheres trabalhadoras que têm a seu cargo crianças e idosos.
No que diz respeita à relação entre emprego e educação, Portugal conta com 63% das suas mulheres no mercado de trabalho e 92,2% das licenciadas encontram emprego de imediato, sendo este ultimo valor o mais elevado na Europa. Estes números foram apurados num estudo intitulado “As mulheres entre o trabalho e a família nos países da União Europeia”, publicado pelo Centro de Estudos de Emprego, e são dos mais elevados da Europa. “Estes valores traduzem um aumento significativo de mulheres a frequentar o ensino superior e que geralmente são elas que terminam a licenciatura com melhores notas”, refere a responsável pela Comissão Nacional para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres.
No entanto, em Portugal 76% da população activa tem até 6 anos de escolaridade e apenas 6% detém qualificação de nível superior, números que atiram Portugal para a cauda da Europa no que toca a qualificação da mão-de-obra. Também as taxas de assalariado são de 74%, as mais baixas da UE, enquanto que a média europeia é de 88%. Já a percentagem de contratos a prazo é das mais elevadas. São também as mulheres portuguesas que recorrem com mais frequência ao trabalho temporário em Portugal, embora o seu desejo seja conseguir emprego a tempo inteiro, o qual confere mais segurança e protecção social.
Apesar da precariedade laboral ser uma sombra na pretensa igualdade de oportunidades do mercado de trabalho português, o estudo conclui que as mulheres em todos os países da EU enfrentam a discriminação no mercado de emprego, devido à ausência de efectividade das leis referentes à conciliação do trabalho e a família e de consciência dos empregadores e parceiros sociais relativamente a esta matéria.
Mais uma vez, no Dia Internacional da Mulher, os direitos “delas” marcaram presença e foram largamente discutidos, sendo que a família e o emprego foram os “pratos fortes” do dia.
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