Ano 2011
Crise? Qual crise?
É opinião quase generalizada, que Portugal suporta uma grave e duradoura crise económica e financeira, que poderá originar fenómenos sociais muito graves. Todos os estudos económicos, nacionais e internacionais, indicam isso mesmo. Mas, como se poderá falar de crise, se Portugal foi o sétimo país europeu que, desde o início do ano, mais dinheiro gastou em transferência de futebolistas?
Futebol foi sempre uma modalidade desportiva que arrastou, e arrasta, multidões. No tempo que durou a “noite escura do Estado Novo”, era considerado pela oposição, o “ópio do povo”, que conjuntamente com Fátima e o Fado, formava a trilogia dos 3F’s. E nunca estes 3F’s estiveram tão fortes, como estão nestes tempos de liberdade, mas também, de grave recessão económica.
A quebra constante no crescimento da economia portuguesa e os défices das contas públicas, que são cada vez mais elevados, contribuíram para a maior crise económica de sempre, em Portugal. Estes últimos anos têm sido particularmente preocupantes.
Portugal, em 1995, quase não tinha dívida externa, depois começou a endividar-se sem controlo e, simultaneamente, a ter uma quebra no crescimento económico até se atingir a grave crise que nos toca a todos. Mas toca mesmo a todos? Parece que não, pois os clubes da liga portuguesa de futebol gastaram, segundo a agência de notícias “Lusa”, mais de 126 mil milhões de euros, situando-se no sétimo lugar do ranking dos países mais gastadores em transferências de jogadores de futebol.
Foi muito dinheiro que saiu do país, não para comprar máquinas ou matérias-primas para produzir bens que ajudem no crescimento e desenvolvimento económico do país, mas para comprar futebolistas! Portugal tem excelentes jogadores “fabricados cá dentro”, que não têm possibilidade de jogar nos clubes nacionais. Há pouco tempo sagramo-nos vice-campeões do mundo nos escalões mais jovens, de sub-20. Os jogadores e, também, treinadores portugueses são tão bons, que estão constantemente a ser “assediados” por muitos clubes estrangeiros. Alguns desses clubes até são considerados dos melhores clubes do mundo.
Esse “produto de excelência”, que é o futebolista português, ao ir para o estrangeiro, tem ajudado ao aumento das exportações, contribuindo assim para um melhor equilíbrio da nossa balança de pagamento. Nos últimos anos, tem sido uma constante, a saída de jogadores e treinadores para o estrangeiro. São muitos os portugueses a jogar e a treinar em clubes estrangeiros. Não há justificação plausível, para neste momento de crise gastarmos tanto dinheiro com a “importação” de tantos futebolistas, alguns bem caros e outros de qualidade duvidosa. É mesmo muito dinheiro gasto na “importação” de jogadores de futebol. É um “balúrdio”!
É preciso, com urgência, todos os portugueses, a começar pelos decisores políticos, empregadores e empregados, ver e rever o que pode ser melhorado para depois fazer o país mudar de métodos, processos e mentalidades. E, amanhã já será tarde!
José Maria Moreira da Silva
www.moreiradasilva.pt
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