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Ano 2011

Escuteiros abrem procissão em honra da padroeira (c/video)

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A fanfarra dos escuteiros do Agrupamento 94 da Trofa tem, anualmente, a honra de anunciar a majestosa procissão em honra de Nossa Senhora das Dores. O projecto tem 38 anos.

O olhar e o sorriso de Amândio Pereira, sinceros e felizes, denunciavam um passado cheio de história e estórias. O fundador da Fanfarra dos Escuteiros de S. Martinho de Bougado abriu o baú das recordações ao NT e lembrou os primeiros tempos desse projeto que tem 38 anos. A ideia de criar uma fanfarra surgiu entre “comes e bebes” num convívio de escuteiros em S. Gens. No final deste convívio “o chefe Carlos Campos, já falecido, sugeriu a criação de um agrupamento de escuteiros em Santiago de Bougado e eu comprometi-me a formar uma fanfarra dos escuteiros na Trofa” .

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E nasceu assim, há praticamente 40 anos, a fanfarra dos escuteiros de São Martinho de Bougado. Mas como em todos os projetos, os primeiros obstáculos surgiram cedo. Neste caso, o entrave foram os instrumentos musicais que levaram Amândio Pereira a solicitar uma oferta de material. “O falecido professor Dr. Sebastião Cruz ofereceu dois clarins,o Padre Ribeiro também ofereceu um, o chefe António da Vinha ofereceu um bombo e o agrupamento já tinha duas caixas e comprou mais um clarim. Foi assim com estes instrumentos que começámos”, relembra saudosista o fundador da fanfarra.

A ambição de ter mais um clarim e os poucos recursos financeiros do agrupamento levaram o fundador da fanfarra a abraçar o primeiro desafio e ir cantar as janeiras como forma de angariar dinheiro para a compra de material. “No ano seguinte como tinha poucas caixas para tocar decidi ir cantar novamente as janeiras e a partir daí ficamos com uma fanfarra muito mais bonita” acrescentou orgulhoso Amândio Pereira.

A fanfarra é presença assídua na Procissão de Nossa Senhora das Dores, sendo por isso um motivo de orgulho para os escuteiros. Alfredo Ferreira, dirigente do agrupamento 94 Trofa, defende que a fanfarra não é insdispensável num agrupamento, mas “sendo uma coisa que as pessoas gostam e uma vez que foi fundada deve-se manter” até porque estimula a música nos escuteiros.

Com a evolução dos tempos, o número de elementos e de instrumentos aumentaram. Atualmente existem cerca de 30 elementos e 50 instrumentos. Jorge Campos admite que “o problema da fanfarra dos escuteiros é não conseguir ter elementos suficientes que toquem o número de instrumentos disponíveis”. Contudo, esta é uma batalha que a fanfarra tenta travar há vários anos mas sem sucesso.

Jorge Campos já coleciona experiências com a fanfarra há 15 anos, porém há sempre episódios marcantes que ressaltam na sua memória, um deles “passa-se habitualmente na procissão da Senhora das Dores quando as pessoas se metem à frente dos bombos pois querem integrar-se na procissão a toda a força e acabam por levar com as baquetas, que não são nada leves”.

São estes pequenos acontecimentos que marcam a diferença e que fazem com que o agrupamento 94 Trofa continue “sempre alerta para servir”.

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