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Ano 2005

Câmara Municipal da Trofa – Políticas de referência no Séc. XXI

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Por diversas vezes e nos mais variados fóruns, a Câmara Municipal da Trofa tem sido elogiada pelas políticas inovadoras que aplica no concelho.

 

Tem sido assim na área social, na gestão ambiental da floresta, na educação e outras áreas de gestão da câmara.

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Ainda há poucos dias atrás, no âmbito da iniciativa “ Norte 2015”, lançada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, que visa estabelecer um Plano Estratégico de Desenvolvimento para a região norte do país, tendo em conta o próximo Quadro Comunitário de Apoio que aí se desenha, fomos convidados para participar numa sessão de especialistas que iria debater a problemática da Educação, Formação e Emprego.

Para além de sermos a única câmara convidada, tivemos o prazer de estar num grupo de trabalho que reunia as principais entidades, instituições e empresas, que no norte se debruçam sobre esta temática.

Quanto ás conclusões desta iniciativa, como compreenderão, não me caberá aqui dar conta delas e proximamente a CCDRN anunciá-las-á, numa perspectiva de definição de um rumo de desenvolvimento sustentado para o norte do nosso país.

No entanto, quero aqui deixar os aspectos essenciais do contributo que demos para a definição deste plano estratégico.

Em primeiro lugar, a aposta crucial no 1º ciclo do ensino básico.

Até agora o 1º ciclo ( antiga primária) tem sido visto como o elo mais fraco no nosso sistema de ensino e no entanto é muito provavelmente o mais importante e determinante no desenvolvimento futuro das nossas gerações.

Foi por isso que o exemplo que demos da Trofa, pela aposta estratégica que fizemos na requalificação das condições infraestruturais nas nossas escolas a par do desenvolvimento de programas específicos para o 1º ciclo, permitem projectar esta actuação para toda a região. Este realce é tanto maior quanto o facto de todos estes investimentos terem sido feitos através do orçamento municipal, sem recurso a fundos comunitários ou outros, dada a incompreensível impossibilidade das câmaras a eles recorrerem para este objectivo. Se queremos um 1º ciclo qualificado então temos de proporcionar ás crianças, aos professores e a todos quantos interferem no processo educativo, condições de comodidade e dignidade.

Também foram referenciados por nós dois projectos que permitirão saltos qualitativos na nossa comunidade. O primeiro “ Aprender a Ciência” direccionado para os públicos escolares com particular ênfase no 1º ciclo e que tem como grande objectivo a familiarização com a ciência e a tecnologia tendo em vista uma posterior apetência e encaminhamento para os cursos científicos e tecnológicos, onde temos carência de vocações, assim como para o ensino técnico-profissional.

O segundo projecto “ Trofa Comunidade de Aprendentes” tem uma dinâmica mais abrangente de envolvimento de toda a comunidade num processo sustentado de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Naturalmente que estes projectos surtem efeito ao envolvermos as forças vivas e a massa crítica do concelho: escolas, associações empresariais, empresas, associações humanitárias, culturais e recreativas, as pessoas.

É precisamente nas pessoas que reside a grande força e capacidade de um concelho e de uma região e é para elas que os projectos e os programas se devem virar com toda a atenção.

Dissemos ainda que a grande vantagem que pensamos existir no norte relativamente ao resto do país, e que a Trofa é um exemplo bem claro, tem a ver com a capacidade empreendedora das pessoas que cá vivem. É uma capacidade que deve ser apoiada e estimulada, através de recursos financeiros postos à sua disposição, mas sobretudo aproveitar as nossas escolas e as nossas universidades para criar programas de acompanhamento continuado aos nossos empreendedores, permitindo a colmatação da falta de algumas competências na área da gestão e administração. É importante que as boas ideias vinguem, mas ao contrário de há 20 ou 30 anos atrás, agora não chega ter uma boa ideia é preciso saber pô-la na prática e gerir as oportunidades e ameaças para que ela não morra á nascença.

Este foi o nosso contributo, baseado nas políticas e realidades do concelho da Trofa, para que a região norte possa atingir em 10 anos o nível de desenvolvimento que as nossas pessoas justificam e merecem.

Haja agora a vontade política da Administração Central para atender a este desafio que é determinante vencer, para que Portugal se possa afirmar no espaço europeu e no mundo.

 

António Pontes

 

 

Obs.: Interromperei por minha vontade este espaço de crónica no Notícias da Trofa, que mantive por cerca de dois anos de forma permanente. Quero agradecer à direcção do jornal esta oportunidade de colaboração onde sempre transmiti as minhas opiniões e ideias de forma livre e autónoma. Aos trofenses quero dizer que continuarei a escrever artigos de opinião sempre que tal se justifique e agradecer-lhes a amabilidade que tiveram em ler estas crónicas e os contributos que me deram para a clarificaçao de pensamentos e ideias que procurei traduzir nestes escritos. Muito obrigado a todos.

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