Ano 2007
O Governo diz estar disposto a avançar com as obras da Linha da Trofa em Janeiro de 2008 .
Mário Lino explicou, perante a comissão parlamentar especializada, que hás três linhas poderão ser excepções caso haja atrasos no lançamento do concurso relativo à sua fase de expansão, previsto para Janeiro de 2008. O acordo entre a Junta Metropolitana do Porto e o Governo, relativamente ao modelo de gestão e de financiamento, "está muito próximo", adiantou ainda Mário Lino.
O ministro das Obras Públicas garantiu esta terça-feira que o concurso para a construção da linha vai avançar até Janeiro de 2008. O objectivo é que esta linha, prevista na primeira fase, seja integrada no concurso global para construção, exploração e manutenção que vai decidir quem vai construir a segunda fase e explorar as linhas já existentes.
Segundo Mário Lino, a linha não tem concluído o estudo de impacto ambiental nem o projecto de execução que permitam avançar já com o concurso e o Governo só está disposto a lançar os concursos para as linhas de Gondomar e, em Gaia, a extensão até Santo Ovídeo. Questionado pelos deputados, Mário Lino assegurou que, em caso de atraso relevante, irá avançar com um concurso individual só para a linha da Trofa até início do próximo ano. Garantia constará da proposta feita pelo Governo para o novo modelo de gestão da Metro do Porto.
Esta terça-feira na reunião da Comissão Parlamentar das Obras Públicas, Mário Lino explicou que há uma factura de 161,5 milhões de euros referente a estas obras, que representa cerca de 7 por cento do custo total do projecto e que não tem directamente a ver com o seu desenvolvimento. Deste modo, o ministro afiançou que há obras que resultaram do aproveitamento das autarquias e cujo pagamento deve ser, por isso, assumido pelas câmaras.
Em carta enviada segunda-feira a Mário Lino e aos autarcas da JMP, o presidente da Junta Metropolitana diz "não ser aceitável" que as autarquias tenham de assumir "uma parte do passivo financeiro decorrente das obras de inserção urbana realizadas até à data".
Na carta enviada por Rui Rio ao Ministro, o presidente da JMP lembra que "nas cidades em que o metro é enterrado tal custo praticamente não existe, mas em contraposição à superfície cada quilómetro de construção de linha custa o triplo. Esta nossa visão ficou bem patente na recente reunião que tivemos no Porto", recorda.
O presidente da JMP entende ainda ser "conveniente consagrar no acordo a necessidade de reforçar a sustentabilidade financeira global" da empresa, nomeadamente "através duma gestão mais adequada dos prazos das amortizações dos empréstimos em curso".
PCP da Trofa critica partidos politicos
Decorreu na semana passada a sessão da Assembleia Metropolitana do Porto que analisou a situação do Metro. Jaime Toga, eleito da CDU na Assembleia Municipal da Trofa, integrou o Grupo Metropolitano da CDU nesta reunião que se realizou num contexto de particular importância para o futuro deste grande projecto metropolitano e no momento em que o Governo e Junta Metropolitana do Porto (JMP) prosseguem com as negociações.
Relativamente à reunião e ao futuro do Metro, a Comissão Concelhia da Trofa do PCP repudia o facto "da Junta Metropolitana do Porto omitir a existência de um estudo sobre a linha da Trofa que realizou no primeiro trimestre de 2006 e que reforça a necessidade da duplicação da via. Estudo no qual contabilizaram em Fevereiro de 2006 mais de 120 mil validações de títulos de transporte nos autocarros que asseguram a ligação alternativa, em muito más condições, àquela população desde que lhe tiraram o comboio".
OPCP defende "que a prioridade da duplicação da linha do Metro até à Trofa é, acima de tudo, uma questão de justiça para com a população que aceitou abdicar de um meio de transporte (o comboio) que efectuava ligação directa aos concelhos da Maia, de Matosinho e do Porto para receber o Metro".
Os comunistas vão mais longe e asseguram que o que está em causa "são as expectativas de uma população que jé se sente enganada pois começa a perceber que se tivesse comboio para se deslocar para o porto pagaria €34,50 pela assinatura mensal e quando chegar o Metro pagará mais 24% pela aquisição do título mensal ANDANTE de acordo com o zonamento existente.
Na verdade, quando o Governo não mostra os estudos sobre a OTA mas fala da necessidade de mais estudos sobre a duplicação da linha até à Trofa, com o aplauso do PS e do BE e os silêncios comprometedores do PSD e do CDS, o presidente da Câmara Municipal da Trofa mostra a sua fragilidade política e negocial, permitindo que JMP possa vir a trocar o adiamento da linha da Trofa pelo avanço imediato de pequenos troços em Gondomar e Gaia", afirmam os comunistas em comunicado.
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