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Ano 2010

Ourives de S. Romão ilibado

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Ourives de S. Romão do Coronado foi ilibado do crime de “homicídio privilegiado” de um dos assaltantes, que roubaram 204 mil euros em ouro.

O Tribunal da Relação do Porto absolveu Fernando Vilaça do crime de “homicídio privilegiado”, de um dos assaltantes da ourivesaria de que era proprietário em S. Romão do Coronado, a 6 de Julho passado. Perante o recurso apresentado pelos advogados de defesa dos assaltantes, os juízes-desembargadores consideraram que os disparos desferidos pelo ourives, que mataram um dos elementos do grupo assaltante que acabavam de roubar 204 mil euros em ouro, foram efectuados em legítima defesa.

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Fernando Vilaça vê assim confirmada a absolvição e negada a indemnização de 85 mil euros à mãe do assaltante morto, então com 17 anos. No entanto, segundo a argumentação da respectiva advogada, Fernando Vilaça terá actuado “pelo ódio e intuito de obter vindicta (vingança), directamente sobre os próprios assaltantes, tento o intuito de os ferir mortalmente, como veio a acontecer com o Carlos Borges, o que apenas por sorte não sucedeu aos restantes assaltantes, que contudo também foram feridos”.

No entanto, os juízes não qualificaram o caso como de excesso de de legítima defesa – que poderia dar condenação – ou até como homicídio privilegiado. Consideraram até que “nem o disparo mortal foi suficiente para evitar a consumação de avultada agressão” ao património de Fernando Vilaça e que o ourives também foi alvo de disparos por parte dos assaltantes que, contudo, não o atingiram.

O ourives conseguiu apenas recuperar objectos no valor de 12 mil euros, já que os assaltantes conseguiram desfazer-se da maioria das peças. Os arguidos, três dos quais condenados a penas de prisão de oito e seis anos, foram obrigados a pagar-lhe indemnizações, mas a possibilidade de isso acontecer é remota.

Em declarações ao JN, Hernâni Gomes, advogado do ourives ilibado, considerou justas as decisões dos juízes da Relação do Porto, mas não deixou de evidenciar que o cliente é “neste momento um homem destroçado na sua vida pessoal e profissional, estando a ser acompanhado em termos psiquiátricos”.

Recorde-se que, desde o dia do crime, Fernando Vilaça nunca mais abriu a ourivesaria e não conseguiu voltar a exercer qualquer actividade.

Após o assalto, e mesmo com o colega às portas da morte, o grupo de ladrões não parou o raide de crimes. Perante a falta de gasolina do Renault Megane, que utilizaram para consumar o assalto em S. Romão, roubaram, na Maia, um Volkswagen Caddy, no valor de dez mil euros. Depois, deixaram o colega morto à porta de casa, no Bairro de Carreiros, em Rio Tinto, Gondomar, ao qual estavam ligados.

A 31 de Maio deste ano, Fernando Vilaça já tinha sido absolvido pelo Tribunal de Santo Tirso, no qual o colectivo de juízes entendeu que se reuniram todos os requisitos de legítima defesa.

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