Ano 2010
Joana Lima, o Metro e as Presidenciais
O Orçamento de Estado apresentado pelo governo do PS e apoiado pelo PSD é unanimemente considerado mau.
Cada um terá as suas razões. Para mim, é mau porque não resolve os problemas do país, antes irá agravá-los, por exemplo, com os cortes nas funções sociais do Estado (corte de 984 milhões de euros na Segurança Social; corte de 600 milhões de euros no Serviço Nacional de Saúde; corte de 884 milhões de euros na Educação e de 370 milhões de euros no Ensino Superior).
Mas este Orçamento de Estado acordado entre o governo do PS e o PSD corta cegamente no investimento público e confirma aquilo que há meses se sabia, mas Joana Lima insistia em negar: o Metro não será construído até à Trofa.
Joana Lima faz agora declarações polémicas, onde verbaliza o seu amor à terra e o apoio à população mas, na verdade, continua a proteger o governo do PS e os responsáveis pela situação que vivemos.
Ao contrário do título da notícia do Jornal Público, de 2/11/2010, quem enganou a população da Trofa não foi a empresa Metro do Porto, foi o governo do PS!
Quem define a orientação política, quem define se há ou não verba para construir a linha até à Trofa, é o governo. A administração da empresa cumpre ordens dos accionistas (governo e Junta Metropolitana do Porto, da qual faz parte Joana Lima).
Contudo, ficava bem à Senhora Presidente da Câmara dizer que, mesmo que involuntariamente, ela também enganou os trofenses ao passar a ideia que a Trofa seria beneficiada caso ela fosse eleita, sendo o governo do PS. A vida comprova que continuamos a ser prejudicados por duas razões essenciais. Em primeiro, porque este é um governo que não procura resolver os problemas do país nem das populações. Em segundo, porque temos autarcas submissos e incapazes de perceber que a população da Trofa tem força e que quando luta consegue conquistas assinaláveis.
Face a esta grande injustiça, o grupo parlamentar do PCP, na discussão do Orçamento na especialidade, vai apresentar uma proposta de atribuição de verbas para a construção da linha da Trofa. Se Joana Lima está mesmo preocupada em ter o Metro para a Trofa, pode empenhar-se desde já a falar com os deputados do seu Partido para que aprovem a proposta do PCP!
Mas, para desviar a atenção da responsabilidade do governo, Joana Lima alimenta o “fait diver” do momento, que é o apoio implícito ao boicote eleitoral que está a ser preparado no Muro, relativamente ao qual também o presidente da junta não se quer demarcar.
Boicotar as eleições só serve os interesses de quem está instalado. As eleições presidenciais podem também ser uma forma de protesto contra esta política e este rumo.
Dos vários candidatos, Cavaco, Nobre e Alegre consideram que o Orçamento de Estado é mau, mas que tem de ser aprovado. Francisco Lopes considera que é um mau Orçamento, que não serve os interesses do país nem do nosso povo, por isso vai votar contra.
É esta coerência e esta frontalidade que tem faltado na Câmara da Trofa.
Jaime Toga
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