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Edição 490

300 assinam petição para demolição do reservatório de água em Valdeirigo

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Um habitante de Valdeirigo, em S. Martinho de Bougado, reuniu uma petição com 300 assinaturas para a demolição reservatório de água público da aldeia, desativado “há mais de 20 anos”, e acusa a Junta de Freguesia, que requalificou a estrutura, de “não ouvir” a população.

Cerca de 25 pessoas estiveram na Assembleia de Freguesia de Bougado, no dia 19 de setembro, para dar corpo à reivindicação para demolir o reservatório do poço público desativado em Valdeirigo, recentemente requalificado pelo executivo da Junta.

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Emídio Neves, habitante da aldeia, interveio para mostrar desagrado pelo facto de o executivo da Junta não ter acedido à vontade das “300 pessoas” que assinaram “uma petição” para a demolição da estrutura, alegando como motivo principal a falta de visibilidade para a circulação rodoviária.

“Quando um comboio deixa de circular, tiram-se os trilhos. Ali deixou de passar água há mais de 20 anos, pelo que o depósito não está lá a fazer nada.

Emídio Neves afirmou que alertou o presidente da Junta, em tempo de “campanha” eleitoral e já no início das obras de embelezamento do reservatório, justificando que “o sentimento das pessoas era de que aquilo deveria ser demolido”. Recolheu “300 assinaturas” o “mais rápido” que pôde, mas refere que o presidente, Luís Paulo, “não recebeu” a petição. “Disse que não era assim que as coisas funcionavam. Eu acho que a vontade das pessoas deve permanecer em quem está nos cargos. Fiquei muito surpreendido por viver num pais democrático, onde as pessoas não são ouvidas”, frisou.

Depois de se ter dirigido ao presidente da Assembleia de Freguesia, Vítor Martins, que o recebeu “cordialmente”, a população pró-demolição colocou duas soluções: “No lugar do reservatório colocar um nicho com a santa padroeira de Valdeirigo, a Santa Margarida, e retirada dos ecopontos daquele local, que “também afetam a visibilidade dos condutores”.

Do mesmo lado, Sandra Leitão evidenciou “o problema da visibilidade” que torna aquele local “muito problemático, não só no tráfego automóvel como na circulação de peões, sobretudo crianças, por se tratar de uma zona escolar”. “Em caso de acidente, quem é o responsável?”, questionou, levantando também “a questão da crise e da necessidade de reduzir custos” para interpelar o executivo: “Quanto vai custar Junta de Freguesia a manutenção do espaço?”.

Sobre a questão histórica do reservatório, invocada por Maria Emília Cardoso, da bancada da coligação PSD/CDS, Sandra Leitão levantou reservas: “É muito importante que as pessoas se revejam na sua paisagem. O património reinventa-se quotidianamente e são as pessoas que dão valor às coisas materiais. Agora, isso não acontece, as pessoas não se reveem naquilo, pelo que não marca o ritmo e a vivência da população”.

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Em contraponto, Elvira Azevedo subiu ao púlpito para felicitar o executivo pela obra, uma vez que “houve alguém que identificou Valdeirigo”. Por sua vez, Jorge Araújo, que se diz “adepto da memória e da conservação”, considera que o local ficou “arranjado e bem coordenado”.

Aos críticos da intervenção, Luís Paulo disse que “deviam ter estado na assembleia anterior, quando este assunto foi abordado” e que se tratou de uma “opção política”. “Humildemente, só quis dar dignidade àquele espaço e não tive outro objetivo que não fosse pensar que vocês iam gostar”, asseverou.

O autarca afirmou que “não podia parar a obra a meio e deitar dinheiro ao lixo” e que para o “problema do trânsito” está a ser “estudada” a melhor “solução”. Já sobre a petição, Luís Paulo ressalvou que “a lei obriga a um determinado número de assinaturas, que terão de ser levadas à assembleia de freguesia, que é quem decide”.

Padre Armindo dá nome à rua do novo centro de saúde

A rua onde vai nascer o novo centro de saúde de Santiago de Bougado vai ter o nome do antigo pároco, Armindo Gomes, que faleceu em novembro de 2013. O anúncio foi feito pelo presidente da Junta que explicou também que o novo edifício será “o polo um”, onde estarão “todos os médicos”, enquanto o atual centro de saúde terá “outros serviços, como apoio domiciliário e um gabinete de apoio aos toxicodependentes”.

Luís Paulo anunciou as próximas obras a realizar na freguesia, como “a pavimentação da Rua das Grovas” e dos troços da Estrada Nacional 104 “desde o antigo Dália até à EB 2/3 Professor Napoleão Sousa Marques, da Rotunda da Cêpa a Ervosa e pequenas intervenções da Rotunda dos Ex-combatentes até à Cêpa”.

No cemitério, a Junta de Freguesia pretende “fazer um arranjo exterior e à Casa Mortuária” e, apesar de ter lançado concurso, “nenhum dos cinco empreiteiros aceitaram fazer a obra, devido ao preço baixo”. “Para a semana, vamos fazer convites às mesmas empresas, com o projeto ligeiramente alterado”, anunciou.

Questionado por Mário Moreira, da bancada socialista, sobre a questão do subsídio para o Atlético Clube Bougadense, o autarca explicou que os dirigentes da associação “acharam o valor baixo”. “Eles têm razão e legitimidade para achar pouco, mas nós também temos legitimidade para lhes dar aquilo que achamos que podemos. Mas posso garantir, que se me entregarem as chaves do campo, o Bougadense não vai acabar”, atestou.

Depois de abordado pelo socialista Jerónimo Torres, que considera a requalificação da Rua do Progresso “uma prioridade”, Luís Paulo anunciou que é intenção intervir na via “no próximo ano”. Já os semáforos em Santiago de Bougado, junto ao posto de combustível da Cepsa, vão estar desliados “por opção da Câmara, que entende que é melhor para o trânsito”, explicou o presidente.

Numa assembleia que, face à ausência do presidente da mesa Vítor Martins, foi conduzida por José Maciel Silva, a bancada socialista sofreu nova alteração. Tomé Carvalho renunciou por “motivos de ordem pessoal” e foi substituído por Daniel Lourenço, enquanto Vera Araújo pediu suspensão de 90 dias por “questões de saúde”, tomando o lugar Nuno Cruz.

Fio ainda aprovado, por unanimidade, um voto de louvor à Santa Casa da Misericórdia, pelos 15 anos de serviço social no concelho.

 

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