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Edição 606

2017, assalto à Casa Branca

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O novo ano trouxe-nos um incremento de preocupações com o desfecho eleitoral americano, predestinado por dois maus candidatos – Donald Trump e Hillary Clinton – que, embora legítimos, fizeram emergir o que de pior tem os partidos: somatório de influências e negociatas que conduzem a que os cidadãos se revejam cada vez menos nos seus representantes. O mundo tornou-se num lugar bem mais estranho!
Em ano eleitoral autárquico, a casa branca, mas da Trofa, entrou igualmente em frenesim, procurando novo inquilino para o mandato de 2017 a 2021. Do lado do PSD, a mais que provável recandidatura de Sérgio Humberto, que não encontra oposição ou vozes críticas dentro do seu partido, mesmo perante atrocidades cometidas durante o seu mandato contra a Trofa e os trofenses, estranhando-se o silêncio dos genuínos sociais-democratas – mas, por agora, “isso não interessa nada”! Com ele, e na condição de pendura, pelo lado do CDS deverá continuar Renato Pinto Ribeiro que em conjunto fazem a dupla perfeita na mera soma aritmética de votos.
Há mais de 3 anos a desiludir e na reta final do seu mandato – a coligação “Unidos pela Trofa” – não foi capaz de cumprir quase nada do que prometera: em termos infraestruturais o processo do Metro não avançou nem um centímetro! Nenhuma ação popular concreta foi promovida pelos referidos dirigentes políticos para que o concelho da Trofa se unisse numa luta que deveria ser conjunta (e não apenas a população do Muro); ainda no Muro ficou esquecida a rotunda na Carriça, que supostamente viria a reboque do Metro e que, sem este, penaliza duplamente os murenses que são obrigados a conviver com um velho cruzamento regulado por semáforos; comum a todo o concelho a inexistência de Transportes Urbanos na Trofa (TUT) – nem se ouviu falar de tal, o que é uma pena, já que os munícipes dos concelhos vizinhos gozam dessa comodidade, fazendo da Trofa uma espécie de um enclave atrasado no seu desenvolvimento; a variante ou a circular – como lhe queiram chamar – e da construção de mais uma travessia sobre o rio Ave não passaram de promessas, com juras e garantias falhadas; o Parque das Azenhas continua a “conta-gotas”, nenhuma melhoria significativa foi introduzida e a generalidade dos trofenses viu-se privada, durante todo o mandato, deste idílico espaço (que será apenas agora inaugurado para folclore eleitoral).
Alguma imprecisão, caro leitor? Se sente que sim, dê a sua leitura por terminada, caso contrário, avance comigo…
Mau feitio, desrespeito ou impreparação para o exercício de cargo público? O que dizer do mau relacionamento com a imprensa local, com sonegação de informação aos profissionais do jornal “O Notícias da Trofa” e da “Trofa TV”, violando mesmo o seu direito ao trabalho, ao passo que “patrocinam” com notícias privilegiadas e propagandísticas o jornal “Correio da Trofa”; o associativismo passou de desapoiado a perseguido e até mesmo marginalizado, como acontece (ainda) com a Cruz Vermelha Portuguesa da Trofa e o seu projeto social, ou com o Clube Slotcar da Trofa, enquanto única associação juvenil reconhecida pelo Instituto Português do Desporto e Juventude. A falta de coragem para lançar uma obra que erga os Paços do Concelho, em sinal de brio, de alento e de esperança, para que a luta pela autodeterminação de um concelho ganhe um simbolismo renovado e permita um eficiente funcionamento dos serviços (é que já lá vão 18 anos) são definidores de que não conseguiram fazer diferente dos antecessores!
Com tudo isto e infelizmente muito mais que o modelo crónica não me permite desenvolver, não é de estranhar que Joana Lima se sinta revigorada, acreditando mesmo que, afinal, não foi assim tão má a sua passagem pela liderança da Câmara Municipal da Trofa (2009 e 2013) acalentando, por isso, esperanças de reaparecer e até quem sabe recandidatar-se! Aliás, já o tem feito em alguns eventos sociais e, mais recentemente, nas redes sociais onde testa a sua popularidade. Muito pouco se tem visto dos socialistas e da ação do seu líder Marco Ferreira, com vista a apresentar alternativas concretas, rostos credíveis que deem alento aos trofenses e que materializem o direito e a aspiração de um povo a ser bem governado.
Com as “primárias” a ameaçar falhanço, pela falta de alternativas e vozes criticas dentro dos próprios partidos políticos, perde-se a pluralidade de opinião e consequentemente a paixão que o povo deveria ter por estas estruturas da democracia – prefere-se o culto da personalidade, empolada por cartazes e jogadas de marketing político – o melhor é mesmo ligar o alarme!

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