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Edição 763

? CENFIM de portas abertas para indústria do futuro

Um robô a “cozinhar”, um computador a desenhar uma peça mecânica, um equipamento de realidade virtual que testa os conhecimentos de soldadura ou uma impressora 3D a dar vida a objetos. Há muito que a tecnologia invadiu os processos produtivos da indústria e o CENFIM está bem apetrechado para dar aos formandos as melhores condições para singrarem no mercado de trabalho.

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Um robô a “cozinhar”, um computador a desenhar uma peça mecânica, um equipamento de realidade virtual que testa os conhecimentos de soldadura ou uma impressora 3D a dar vida a objetos. Há muito que a tecnologia invadiu os processos produtivos da indústria e o CENFIM está bem apetrechado para dar aos formandos as melhores condições para singrarem no mercado de trabalho.

Duarte Silva está a estudar na Escola da Ponte, no concelho de Santo Tirso, e chegou a altura de uma grande decisão: que futuro educativo seguir depois do 3.º ciclo. Decidido a enveredar no mundo do trabalho, o jovem decidiu visitar a escola profissional CENFIM, na Trofa, para perceber que saídas profissionais existem e quais os métodos de ensino neste estabelecimento. Desde logo, o jovem saía surpreendido pela positiva: “Eu tinha uma ideia um bocadinho diferente e consegui desmistificar algumas situações, porque pensei que era uma coisa mais teórica, mas é muito prático e acho que vou gostar muito de andar cá”.
A revelação feita vinha acompanhada, porém, de uma nova dúvida: perante o agrado de tudo o que viu, Duarte não sabia era qual curso escolher, mas estava ligeiramente inclinado para manutenção industrial e soldadura.
O facto de ser de Moreira de Cónegos não é, certamente, um entrave, já que o CENFIM está estrategicamente localizado, beneficiando da proximidade da estação de comboio e de paragem de autocarro.

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Localização

A mãe, Natália, também gostou da receção que tiveram e da visita guiada que os responsáveis do CENFIM prepararam para todos os que visitaram a escola. “Sou cem por cento a favor que ele escolha a formação profissional, porque ele pode, se quiser, seguir estudos na Universidade, e mesmo se não quiser, vai adquirir conhecimentos importantes. Nota-se que esta escola tem um conceito diferente do habitual e está bem implementada no mercado industrial”, argumentou.
Quanto às várias possibilidades que Duarte tem, no futuro, caso escolha o CENFIM, Rui Martins é um excelente exemplo. Depois de enveredar pelo curso profissional de manutenção industrial, decidiu seguir estudos e está a dois meses de se licenciar em engenharia eletrónica.

“A componente prática era uma coisa que me cativava muito e como tinha o objetivo de ser engenheiro eletrónico, percebi, numa visita ao CENFIM, que a escola estava muito bem preparada. Eu sabia que tinha duas cartas na mão, tanto podia trabalhar depois do curso, como escolher seguir estudos na universidade”, começou por referir o jovem de 21 anos, que acabou por se destacar na escola profissional, ao ganhar medalhas no campeonato do mundo das profissões.
E para esbater outro tipo de preconceitos, como o de género, Matilde Sousa, aluna do 1.º ano do Curso técnico de maquinação e programação CNC, ergue a voz para assegurar que “esta área dá para todos”. “Como esta escola tinha bastante oferta de emprego, optei por ela. Se fosse ensino regular, talvez acabava o 12.º ano e não tinha tantas bases e mesmo para o trabalho não conseguiria arranjar assim tão facilmente”, acrescenta, sem deixar de sublinhar que vê o seu futuro “num escritório, talvez a desenhar peças e a programar”.
Desengane-se, pois, que, atualmente, os cursos ligados à indústria são, exclusivamente, dependentes da força de braços. A digitalização dos métodos produtivos veio para ficar e, hoje em dia, são as máquinas que fazem grande parte do trabalho duro.

“Indústria evoluiu muito e hoje é feita de muita tecnologia e criatividade”

Para mostrar isso mesmo, o CENFIM promoveu dias abertos à comunidade para dar a conhecer aos jovens quais as melhores opções no ensino profissionalizante. “A indústria metalúrgica e metalomecânica não é, muitas vezes, aquilo que se pensa. Ainda há um estigma associado à sujidade, à ferrugem e ao trabalho pesado. Nós queremos mostrar que a indústria metalomecânica evoluiu muito ao longo dos anos e que há muita tecnologia e muita criatividade. As empresas, hoje em dia, trabalham para diferentes tipos de setor, como o automóvel, a indústria aeronáutica, naval ou aeroespacial e, por isso, têm de ter áreas de produção com limpeza e organização”, explicou Adelino Santos, diretor do CENFIM da Trofa.
Para dar aos formandos as melhores condições de aprendizagem, a instituição tem vindo a munir-se de todos os equipamentos e tecnologias que existem nas empresas. “Evitamos trabalhar com simuladores e trabalhamos com máquinas reais, exatamente iguais às que existem nas empresas, para que, quando os nossos formandos vão realizar o seu estágio ou quando são colocados no mercado de trabalho, não sintam a diferença entre a formação e o local de trabalho”, explicou.
Em termos de saídas profissionais, a escola profissional acolhe “três grandes grupos”. Aos jovens que finalizam o 9.º ano e podem obter o 12.º num curso com dupla certificação, que lhe dá possibilidade de progredir os estudos, é dado um leque de cursos que se divide nas áreas de maquinação e CNC, manutenção industrial, soldadura e desenho e construções mecânicas.
“Nós trabalhamos essencialmente com aquelas saídas profissionais que na nossa região tem muita procura em termos de oferta de emprego, porque as pessoas, quando procuram a formação profissional, tem como objetivo ingressar no mercado de trabalho e desta forma ninguém lhes ‘cortas as pernas’ para prosseguirem para o Ensino Superior, caso pretendam”, atestou.
Há ainda a formação para adultos que estejam desempregados e queiram fazer formação em regime diurno e para ativos, em regime pós-laboral, num contexto de formação contínua ou de longa duração, para os que se quiserem reconverter profissionalmente.
“Também temos os cursos de nível 5 do quadro europeu de qualificações e em diferentes áreas, para quem pretender uma especialização tecnológica. Temos a tecnologia mecatrónica, tecnologia mecânica e área da gestão da produção”, sublinhou.
Toda a formação de longa duração feita no CENFIM, para jovens ou para adultos, é gratuita, inclui subsídio de alimentação e de transporte e todos os materiais de formação, como manuais e documentos ou equipamentos de proteção individual.
Em regime diurno, a escola profissional chega a ter, dentro de portas, cerca de 300 formandos, diariamente.

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